Quando o mundo adormece,
eu paro para ver.
Gosto de ser a única acordada
e saber
o que mais ninguém sabe,
e ter,
o que mais ninguém tem:
as cores que despertam, aos poucos, na rua.
As sombras bruxuleantes que dançam sob os candeeiros,
o cão que, coxeando, se arrasta para um canto.
O carro onde alguém suspira por alguém.
A estrela a que parece faltar uma ponta,
o baloiço onde se escreveram iniciais dentro de um coração,
a dançar, devagar, ao ritmo do vento.
Dum sentimento,
Dum momento
que ali se fez eterna música
que me murmura nas madrugadas.
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