Sim, é isso.
Tuesday, October 26, 2010
Preciso mesmo de acreditar que não tarda nada já me habituei novamente à rotina dos transportes públicos, àquele correr entre portas que esmagam o cidadão mais incauto, aos bilhetes que desmagnetizam de um momento para o outro e nos deixam trancados nas estações, às cotoveladas nas escadas rolantes e ao jogo das cadeiras no interior das carruagens. Não tarda nada isto volta a ser canja e eu deixo de sentir os meus instintos assassinos de cada vez que ouço o bip bip bip das portas a fecharem-se.
Há dias em que
sou um país distante, de caminhos empoeirados e fronteiras esbatidas. Sou o rio que corre através da planície, a erva que se demora nas margens húmidas, a casa em ruínas desfeita em memórias. Sou os cavalos que correm com o dorso brilhante, a chuva que morre em colunas de pó, a fome que assola os dias sem sol. Sou um país estrangeiro, sem língua nem história, sem autores ou poetas, sem heróis, sem mecenas. E, assim sendo, sem ser na verdade, vivo feliz da ausência de mim.
Sunday, October 24, 2010
Ressaca
Tuesday, October 19, 2010
Nós
Friday, October 08, 2010
Impróprio, confesso
Este não é um post adequado às pessoas trabalhadoras. Eu sei e, desde já, me desculpo. Eu sei como custa encontrar coragem, de manhã, para nos levantarmos da cama quando lá fora ainda é de noite. E sei que a coisa ainda dói mais quando, da mesma janela de onde se consegue ver a lua, ao despertar, também se avistam árvores curvadas pelo vento e ruas alagadas pela chuva. Caramba, eu sei que dói. Mas no meu sofá, com os pés enrolados numa mantinha e o último volume da Millennium sobre o colo, este é um dia absolutamente perfeito...
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