Wednesday, June 17, 2009

Condutores, juntem-se a mim num boicote aos piiiiii

Há um teste na internet que nos permite “descobrir” quando e de que morreremos. É um teste na internet – o que, desde logo, diz muito sobre a sua fiabilidade. E tem como objectivo prever o futuro – outra das suas características levemente dúbias. Mas, de qualquer forma, há quem o faça. Eu não. Nem a brincar quero saber quando e como vou morrer. Por mais estúpido que seja.
Eu sei aquelas coisas de que, eventualmente, me terei de separar se quiser viver mais uns anos – isto tendo em conta a simples lei das probabilidades. Dizer adeus ao LM Azul no fundo da mala, por exemplo. Não mandar sms enquanto conduzo também pode ser uma boa medida a tomar. Começar a baixar a cabeça quando passo debaixo dos sítios – cada vez mais me apercebo de que ser baixa não equivale a ser invisível e que bater com a cabeça dói. Mesmo. E, num dos primeiros lugares da lista, com direito a néons coloridos em redor: começar a controlar a hipertensão na estrada. Acho que é um dos melhores sítios para “medir” uma pessoa. Há os que esperam estoicamente na fila, debaixo de 30 graus, para avançar dois metros após meia hora de espera, segundo um princípio qualquer de justiça e respeito pelo próximo – como eu. E aqueles que avançam, felizes e contentes, pela faixa da esquerda, para se enfiarem novamente na direita como se tivessem alguma espécie de direito supremo a passar à frente. E há, claro, os que deixam, encolhem os ombros, lá dão espaço. E os outros que vão o caminho todo colados ao da frente, quase sempre a um milímetro de bater, a espreitar pelo espelho para ver se alguém vem aí a tentar enfiar-se num espacinho deixado ao acaso, que buzinam, reclamam e encolhem os ombros abanando a cabeça quando lhes pedem para passar e tremendo de raiva quando alguém (piiiii), os (piiiiii) deixa mesmo (piiiii) passar. Eu sou destes últimos. Do tipo que gostava de criar uma associação nacional contra os anormais na estrada. “Se ninguém os deixar meter-se eles desistem!”, argumento, de olhos sempre fixos no próximo carro que procura roubar o lugar que durante meia hora ou mais lutei para manter. O que me transforma na pior companhia de sempre para atravessar a ponte 25 de Abril, por exemplo. “Chega-te já à frente! Não! NÃO! Não o deixes passar! PORQUÊÊÊ?!” Mas eu acho que não sou eu que tenho o problema. Se calhar exagero, ainda admito isso. É que, repito, se nenhum de nós acedesse a colaborar com os condutores que consideram o seu tempo mais valioso que o nosso, e que ainda se gabam de nunca esperar nas filas, se calhar a coisa mudava um bocadinho. Mas não. Ficamos dentro do carro a suar, civilizadamente. Avançamos na fila, civilizadamente. E deixamo-nos ultrapassar, civilizadamente. Ninguém está para se chatear...

2 comments:

Ale said...

ah ah ah... smp que isso me acontecia lembrava-me de ti, na fila que passa deabaixo do aqueduto, coladissima ao da frente, para não deixar passar ng! e a insultar toda a gente que deixasse. ensinaste-me bem! ;p

Lolly said...

lol q orgulhooooo! um a um podemos mudar o mundo rodoviário!! ****