"Um carro é uma arma", dizia-me, repetidamente, o meu instrutor de condução, o Sr. Pereira. Eu acenava com a cabeça, sem perceber como é que alguém conseguia agarrar o voltante e meter mudanças ao mesmo tempo sem se despistar, atrapalhada com os pedais que se confundiam. Aprendi a conduzir mas, acima de tudo, aprendi que um carro te pode atirar para uma cadeira de rodas, assim, numa fracção de segundo, mesmo quando atravessas na passadeira, mesmo quando olhas para os dois lados.
Mas, agora, se visse o Sr. Pereira, e me sentasse de novo ao volante, com ele ao lado, queria perguntar-lhe:
"Sr. Pereira, o que é que, na mão do homem, não pode ser usado como arma?"
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