Wednesday, October 10, 2007

O vento do Norte

Estranhei a indiferença com que o mundo acordou. Como se já não houvesse luas para onde olhar, nem estrelas para desejar, nem horizontes a alcançar.
Olhei para os lados, e procurei o norte com a ponta do dedo. É lá que o vento é mais frio, porque no Pólo Norte vive o pai Natal, numa fábrica de brinquedos coberta de neve. E se seguisse em frente, para lá onde o vento é frio, sem nunca parar? E se arriscasse, nem curvas nem nada, sempre em frente, atravessar estradas, mares, campos, florestas, icebergues, montanhas imensas? E as solas já gastas, os pés a doer, e o vento do norte a chamar: por aqui.
Deixa-te de sonhos e levanta-te, é dia! Pega no casaco e enfrenta as coisas de cimento e alcatrão, e não percas tempo a olhar para os lados.
O vento do Norte... tens cada coisa!

1 comment:

Enolough said...

E um pouco depois acordava na Faculdade de CSH, a olhar para um filme a preto e branco, preparada para abandonar a sala...