Tuesday, October 16, 2007

SOS fui raptada!

"Vou-te raptar". Posso dizer que não, visto que até reconheço a voz da raptora, que abdicou dum daqueles aparelhos modernos que distorcem a voz, e ela nem usa meia de vidro na cabeça, o que me permite ver perfeitamente a cara dela. Por motivos de segurança, permanecerá identificada apenas como "a raptora", não vá eu sofrer represálias depois de ter sido resgatada por ninguém, a não ser pela própria raptora que, como a minha mãe sentenciou há vários anos atrás: "eu não tenho medo que te raptem. Devolviam-te logo a seguir!".
Eu tenho aulas, mas o rapto é extremamente bem organizado, envolvendo um carro azul, matrícula portuguesa, e a Beyoncé aos berros no rádio. Como resistir a tamanha violência? Sou forçada a entrar no carro da raptora, que me "convida" ( com extrema violência, é claro) a partir com ela para sítio incerto (embora eu tenha ouvido a palavra "Cascais" por acaso).
Primeiro sou levada para aquilo a que as pessoas chamam de "café", uma cava escura e fria onde me forçam a beber água, embora o sabor não me engane: era um calmante, de certeza, para me forçar a ser mais obediente! Eu nem estou com medo, porque, lá está, conheço a raptora, mas estou desolada por faltar às aulas! Oh pai, estava mesmo triste, a sério, eu bem lutei contra ela, mas ela tinha mais força, e eu não quis ficar sem dentes!
Para minha surpresa, voltamos ao carro, onde está um pacote de Fritos que tenho de comer (talvez para ter algum ataque de excesso de sal no sangue e desmaiar), mas como quando era pequenina me auto-intitulava "A rainha dos fritos" (facto verídico, eu era a rainha dos fritos e do esparregado, e a minha irmã era a rainha da pizza e do chocolate, títulos oficiais reconhecidos pela união europeia!) fingi apenas um leve desmaio e tive oportunidade de ver a segunda raptora, cujo nome será igualmente protegido, e que será referida como "a segunda raptora".
Enquanto me babava para o banco, numa estratégia de simulação perfeita, as minhas raptoras revelaram o seu ponto fraco, ao delirarem com um certo carro com certas pessoas lá dentro, cujo sexo não irei revelar mas posso dizer que não era o nosso (sem revelar nada, claro!). Estava clara qual seria a minha oportunidade de fuga, mas elas tinham trancado as portas e eu estava "desmaiada" e portanto não pude fugir e apanhar o comboio para a faculdade (Bolas!!! Que azar dos diabos!!).
Chegamos a Cascais onde vamos ter com uma advogada (com certeza encarregue de as safar da prisão para onde iriam parar por me terem raptado!), e sou levada para um quiosque onde elas bebem café. É aí que aparece o seu comparsa, um homem só com um dente na boca, que obviamente tinha um affaire com ambas, mas eu fingi que não percebia e que acreditava na cara de nojo que elas fizeram.
Passei o dia em Cascais, forçada a tirar fotos e a fingir-me contente, sempre maldizendo a minha sorte porque tinha tanta vontade de ir às aulas!...
De repente, lembrei-me: e se usasse o meu grito aprendido no Discovery Channel, para comunicar com os animais tipo Tarzan, e pedir-lhes socorro? Aproveitei a distracção das minhas raptoras e comecei a grasnar insistentemente ("ai que tosse horrível ah ah ah") até que uma pequena gaivota (para elas uma gaivota, para mim uma companheira de armas!), começou a atacar as minhas raptoras, fazendo com que elas caissem no chão, ferindo, inclusivamente, um cotovelo que deitou para aí meia gota de sangue!
Ao fim da tarde libertaram-me, depois, claro, de me enfiarem Mac pela goela abaixo apesar dos meus pedidos desesperados: "ai nãããããoooo eu tenho peixinho cozido em casa, não me façam issooooo!".
A verdade, queridas raptoras, é que foi dos melhores raptos de sempre. Perdoo-vos a afasia, as figuras tristes, a violência que ainda hoje me assombra, durante a noite, em pesadelos a preto e branco. Adorei ser vossa refém! Adorei as "lontras", os "cre-pes", as luvas foleiras até aos cotovelos, as poses pirosas no "Paraíso", os fãs histéricos a pedir autógrafos na passadeira vermelha, a manifestação a que não fomos porque não podíamos aparecer na RTP porque senão acabava-se o rapto...
São raptos assim que nos fazem sorrir, rir às gargalhadas, mesmo amordaçadas!

PS - claro que não ir à faculdade me traumatizou e fiquei muito triste!!! (caso estejas a ler, pai!)

2 comments:

Guizita said...

nunca pensei k a refem em questao me desse tanto trabalho, chata pahhhh!=) m tb gostei mt foi uma tard brutal, k tem k ser repetida 1x d x em kd!=) bjooooo

Unknown said...

PAh gargalhadas p um pc, foi o k eu fiz lool e eu n deitei meia gota d sangue... foram aí uns 2 ou 3 litrinhos lool
bela tarde sim sra... pena eu tar mal vestida p as fotos LOL