Friday, October 16, 2009

Venho corrigir o meu último post. Na verdade, parece-me que tenho uma mini bolha, invisível mas palpável, no dedinho do pé. Evil shoessss!
O que eu queria mesmo, para além da paz no mundo, o fim da fome, etc etc, era ser capaz de andar um dia inteiro de saltos altos sem parecer ter sido atropelada por um camião. Porque, convenhamos, se há adereço milagroso é esse, o salto de não sei quantos centimetros que nos deixa as pernas fabulosas e nos dá um ar de personagem de uma série cosmopolita americana tipo Sexo e a Cidade, Lipstick Jungle, Máfia de Saltos Altos e afins.
Mas, verdade seja dita, não sou capaz de acreditar que esse dia venha, de facto, a chegar. É que quando alguém me diz que adooora andar de saltos, eu penso sempre que, das duas, uma: ou estou em amena cavaqueira com a irmã do Pinóquio ou então a pobre tem de ter os pés completamente fustigados por calosidades que lhes roubaram para sempre a sensibilidade nesta parte do corpo. Ou então, quem sabe, há mesmo esta espécie sortuda de mulheres que nasceu com o dom de aguentar todo o peso do corpo nas pontinhas dos pés sem sentir uma pontinha que seja de dor. Raios as partam!
E isto porquê?
Porque ontem, para uma ocasião mais formalzinha, lá calcei os meus sapatinhos lindos e amarelos, a fazer pandan com a malinha igualmente linda e amarela, e parti, feliz e confiante, pelas estradas deste belo concelho que é Oeiras. Isto até sair do carro. Porque depois, não encontrando local onde estacionar, deparei-me com a problemática falta de passeios e, entre caminhar através da rotunda, ou mergulhar na lama que a ladeava, lá optei pela lama, que suja mas não mata. E com os saltinhos amarelos espetados na lama, os pés a darem os primeiros sinais de dor, e o tempo a passar assustadoramente depressa, lá se foi a elegância e ficou apenas o instinto de sobrevivência, a gritar-me aos ouvidos: mas quem é que te disse que era boa ideia trazer os sapatinhos coquetes?
O resultado é que à hora de almoço, saindo da redacção, já quase coxeava em direcção ao carro. Cheguei mesmo a pensar que o dedinho pequenino já devia parecer uma papa de sangue quando, finalmente, arrancasse aquele sapato, ainda lindo, mas assustadoramente doloroso, do meu pé.
Não tinha sangue. Nem sequer uma mini bolha para me poder queixar à vontade. Mas os sapatos amarelos voltaram para o seu lugarzinho, de onde não sairão até à próxima ocasião formalzinha.

Mas se há coisa que não dói e também é linda de morrer são malas, e por isso, minhas amigas, eu se fosse a vocês ia espreitar o Cascaishopping nos próximos tempos, que a Telabags está a preparar uma colecção com descontos very apelativos. São ecológicas, feitas à mão e giras, giras! Se é para sofrer com a crise, ao menos sofremos com estilo - e com os pés o mais intactos possível!