Saturday, November 21, 2009

Nós fomos!!

Faltavam 40 minutos, mas já íamos trocando uns palpites no carro, enquanto percorríamos os 5 kms que nos separavam do nosso destino. A chegada dos convites, dias antes, tinha motivado MMS que nunca chegaram a ser entregues (e um telemóvel que não seja da pré-história, quirida?), SMS cheios de "lol"s e muito blablabla no café, seguido de risinhos e "aiai"s adolescentes e ligeiramente preocupantes.
Afinal, feliz ou infelizmente, não éramos as únicas pessoas a tender para a paixão ridícula por uma personagem fictícia que ainda por cima é um vampiro, naquela noite. Uma centena de pessoas esperava, de convite para a ante-estreia na mão, a abertura das portas que nos conduziriam ao aguardadíssimo, esperadíssimo, desejadíssimo, primeiro frame de "Lua Nova".
Os posters no balcão voavam, como acontece, aliás, com tudo o que é dado de graça ao português, pelo que me agarrei logo a dois, enquanto tentava equilibrar um pacote de pipocas salgadas, um ice tea, a carteira, o cartão zon e o BI nas minhas duas, muito insuficientes, mãos.
"Trouxe-te um poster!"
"Amigaaaaa!" - nada como um poster gratuito para fazer a amiga rabugenta que ficou à espera na fila ganhar um sorriso de orelha a orelha.

Para quem já leu a saga, o filme, ao contrário do que costuma acontecer, não é, de todo, uma decepção. Refeita do choque do primeiro - o Edward é ASSIM? - as personagens já nos são familiares, e a história flui muito melhor neste segundo filme, com menos intervenções de um narrador que aparecia demasiadas vezes para colmatar falhas de acção no volume 1 da saga feita cinema.
Tecnicismos à parte, o importante mesmo é: onde é que fica aquela reserva de índios-lobisomens, para eu ir lá nas férias? Triste, mesmo, quando, depois de 50 minutos de Jacob em tronco nu, o Edward tira a camisa e mostra um troncozinho raquítico, pálido e com uns pelinhos de enfeite - fica, claramente a perder, e só com muito esforço uma pessoa mantém a sua lealdade platónica a uma relação inexistente com uma personagem igualmente irreal. Mas Eddy, continuas à frente - escassos centímetros, avise-se!
O filme mantém-se fiel ao tom lamechas da história, incluindo, até, a imagem do supra-sumo dos clichés, com uma Bella e um Edward que correm pelos prados de roupinha ao vento e pele vampírica brilhando ao sol. Ridiculamente divertido e muitíssimo viciante.
Nota 10! Não, 20! A verdade é que adorámos cada segundinho do filme, por mais estúpida, irreal e melosa que a história seja - se calhar, porque ela é isso mesmo.

Posto isto, acrescento que, nos últimos tempos também li Saramago e Le Clézio. Agora não me linchem, ok?

Tuesday, November 17, 2009

O incrivel mundo da comunicação


Perfil: licenciada em Ciências da Comunicação, experiência na área do jornalismo, blablabla
Lista de vagas para possíveis empregos:
- Responsável de Recursos Humanos (ok, não é tão absurdo assim)
- Gestora de loja (hummm... avancemos...)
- Condutor de barcos de recreio (.......)


É que condutor de barco de recreio que se preze deve ser capaz de recitar Walter Benjamin, compreender o panóptico de Foucault ou, pelo menos, conseguir explicar aos senhores turistas a semiótica da Torre de Belém! E se conseguir, pelo meio, relatar tudo isto em forma de notícia - sem adjectivos nem advérbios, faz favor - está contratado!

Por isso, meus amigos, há esperança no incrível mundo da comunicação!...