Thursday, May 24, 2007

Tenho um caniche!

Sabem como é quando saem do cabeleireiro com um penteado novo que, por milagre, não vos fez jurar nunca mais lá voltar? É um daqueles raros momentos em que não pensamos "Mas que merda é esta?!" e em que queremos andar a pé para todo o mundo poder admirar a nossa nova pelugem capilar...
Mas e quando chega a hora de o lavar pela primeira vez? De repente, eis que o cabelo se descontrola, pontas atiçam-se em todas as direcções, a escova começa a parecer minúscula ao pé da juba e então sim, gritam: MAS QUE MERDA É ESTA?!

SOS mundo, estou num momento desses! O meu lindo cabelo longo foi substituído por um penteado à lá caniche e eu só quero um gorro bonito para o esconder!
"Respira, respira... o cabelo cresce, nada de dramas...! SIM, E ATÉ LÁ? "Pões uns ganchinhos, umas fitinhas..." ARRRRGH (diálogo travado entre mim e o espelho)
Volto a lavar o cabelo, a penteá-lo, a prendê-lo com ganchos e ganchinhos. Encho-o com quilos de espuma na esperança de domar a juba há muito adormecida pelo peso dos meus velhos cabelos compridos.
"Há pessoas que nem sequer têm cabelo!", um argumento estúpido, mesmo vindo de um espelho... Tento concentrar-me nas velhinhas carecas mas de repente lembro-me que não conheço nenhuma velhinha careca. Lembro-me daquele árbitro que não tem pêlos e vejo se me consigo sentir melhor (é horrível, eu sei, tentar sentir-me melhor com o sofrimento dos outros, mas neste momento não estou em mim, caramba!) Sei que tenho uma afro que usei no carnaval, mas acho que, mesmo assim, o caniche é menos medonho visto de longe...

É inútil! Dedico-me a criar uma lista de aspectos positivos:

  • menos calor no verão

  • menos trabalho a pentear

  • menos.....

pronto, é curta mas existe, e já se sabe que isso do tamanho não interessa para nada!

Monday, May 21, 2007

Laura Lopez Castro - No es por ser ni por estar

Tem tudo a ver comigo: a melodia, a letra, o vídeo, a voz dela, as estrelinhas e até o nome :P


Sunday, May 20, 2007

Janela

Gosto do mundo, visto da minha janela. Encosto-me a ela e olho. E sonho em ver tudo. Sonho que estas linhas me levam para lá da estação que vem inscrita no meu bilhete. Que tenho um passe para o mundo. Sem limites, prazos ou condições. E se o mundo fosse meu...

Sunday, May 13, 2007

Sonho

Tinha sede. Andava e nunca chegava. E cada passo mais perto era um passo mais longe de onde partira. E chegar onde se não tinha destino? A meta entrelaçada de sonhos que voa ao sabor do vento. Já não a vejo, cobriu-se do pó do tempo. Perdeu-se no meio da areia que me prende os pés. Queria chegar. Lá. Onde dizem que os sonhos se tornam reais. Onde podes ter asas e beber das flores. Abelha, borboleta, efémera. Efémeros os passos, os pés. Efémeras as pegadas que desparecem atrás de mim. Viro-me e nunca fui. Nunca lá estive.
Acordei. Era sonho. Não voltou. Ficou guardado nos fios da almofada, grãos de areia nos lençois, tu que não voltas mais.

Thursday, May 10, 2007

Irresponsabilidade boémia

Como um desabafo, a minha época parece-me errada. A época do cinzento, da correria, da falta de tudo: de tempo, de espaço, de atenção, de carinho.
Sei que não estou sozinha: talvez seja um mal da minha geração, este sentimento de não pertencer ao nosso tempo, de nostalgia por uma época que não vivemos nem conhecemos senão a partir dos livros e filmes, e da boca daqueles que estiveram mais perto dela. Há quem deseje os loucos anos 20, os rebeldes 60, o espírito dos 80. Sonhamos com brindes durante um concerto de jazz nos clubes de New Orleans, com vestidos até aos pés e pó de arroz debaixo dos leques do século XVIII, com as calças à boca de sino e as flores no cabelo enquanto gritamos palavras de revolução.
Estava a conduzir o meu carro do século XX (sim, ele ainda é do século passado, mas, "porém, ele move-se!") enquanto ouvia uma entrevista numa estação de rádio qualquer. Um fotógrafo dizia que sempre fora vadio. Uma palavra com uma conotação sempre tão negativa, ganhava uma outra força quando dita pela sua voz. Vida vadia, essa vida um pouco fora das normas sociais, sem horários nem compromissos habituais, em que partia com a câmara para onde fosse para fotografar o que quisesse. O sonho de uma irresponsabilidade boémia. E o escritor, debruçado sobre o papel sob a luz ténue de uma qualquer lâmpada, o cigarro pendente dos lábios, os óculos a descairem sobre a ponta do nariz. As frases a surgirem e a desaparecerem novamente sob uma chuva de riscos numa eterna procura da perfeição. O escritor que se disfarça com os nomes e os rostos das suas personagens e idealiza para elas um rumo, um mundo e um ser. Tão perto de ser Deus, força suprema, destino, sei lá, criando e destruindo vidas, gerindo as emoções e acções de pessoas de tinta e papel.
Quem me dera essa vida vadia, de sonhos e origamis...

Friday, May 04, 2007

Obrigatório MESMO

Cheguei lá por indicação no blog do Carlos Moura. Valeu a pena. Mais que isso, foi fundamental. Um trabalho que ganhou o Pulitzer e que nos recorda como a vida é preciosa e frágil, e que todos os dias devem ser vividos ao máximo... Carpe Diem. Vejam mesmo!

http://www.pulitzer.org/year/2007/feature-photography/works/index.html

Jogo de vida


No meu 10º ou 11º ano fui apresentada a uma forma de (vi)ver que me mudou para sempre: a filosofia. Todos temos um pouco de filósofos em nós, quando decidimos compreender, ou tentar compreender, aquilo que, de momento, não compreendemos. Filosofia estética, metafísica, moral... que importa? Filosofia, amor ao conhecimento, procura eterna, eterna sede de saber. Foi nessa disciplina, Filosofia, como se todos os seus princípios se pudessem aprender em 2 ou 3 anos, que aprendi uma das maiores lições, que guardo até hoje: o mais importante não são as respostas, mas saber fazer as perguntas.
"Só sei que nada sei", dizia, paradoxalmente, Platão. A aceitação de que nunca poderemos saber tudo foi uma das mais difíceis, a da inevitabilidade da ignorância. Talvez tenha sido devido a essa certeza de que não podemos compreender tudo que a ideia de Destino teve tanta força na Grécia....

Destino.. ou sorte? Quantas vezes não nos confrontámos com esta questão, face aos acontecimentos que não conseguimos compreender? Enquanto uns defendem a ideia de um destino inviolável, há quem se bata pelo lado do acaso. Irónico, o facto de destino e sorte serem, na sua essência, sinónimos. Prefiro acreditar no livre arbítrio: se tudo estiver destinado, que resta ao homem senão seguir coordenadas já traçadas? Diz-me um defensor do destino: Mas foste tu que traçaste o teu destino, quando ainda não eras corpo, para que pudesses aprender alguma lição. Aceito o argumento, enquanto é coerente. Renego-o quando me pergunta se sei o que acontece quando não cumprimos o nosso destino:
é porque estava traçado não o cumprirmos e, assim sendo, não era o nosso destino... certo?


"It's choice - not chance - that determines your destiny", Jean Nidetch

Thursday, May 03, 2007

Passo a passo


São os pequenos passos que nos levam a caminhar as maiores distâncias...