Friday, September 24, 2010

Movies can suck

Ver o filme inspirado pelo livro que devorámos como se não houvesse amanhã é, já se sabe, uma desilusão. Então porque é que insistimos em continuar? Será o masoquismo na sua forma mais pura que nos impele para as salas de cinema ou clubes de vídeo? Porque é que nos sentamos durante duas horas a proferir impropérios contra a pessoa que destruiu todas as nossas ideias acerca daquela história e das personagens que já considerávamos nossas? Foram raros os casos em que isso não me aconteceu - raros ao ponto de, de repente, só conseguir apontar o Ensaio Sobre a Cegueira, Amor em Tempos de Cólera e O Perfume como exemplos. E todos os outros? O Código da Vinci, que foi um espancamento visual, com um Dr Langdon mosquinha-morta que apetecia esbofetear? O Crepúsculo (sim, sim, eu sei), que transformou personagens idílicas em coisas de carne e osso cheias de defeitos e vozes de comuns mortais? E, aquele que me levou a escrever isto, o Homens que Odeiam Mulheres, primeiro volume da série Millenium. Não é mauzinho, é mesmo muito mau. Primeiro, para suportar duas horas de filme em sueco é preciso ter mesmo muito amor ao argumento. Amor esse que rapidamente se revolta quanto percebe que faltam partes inteiras essenciais e foram inventadas sequências que, pura e simplesmente, alteram a essência da história.
E agora a grande loucura prestes a chegar ao cinema, dizem, é a adaptação do Comer, Orar, Amar. Eu, confesso, não o consegui terminar. Lamento, a sério que sim, mas um capítulo inteiro de luzinhas místicas e descrições intermináveis de paz é demais para o meu ser stressado. Não percebi a comoção que se gerou à volta do livro - mas, lá está, não o terminei. E não me parece que o vá terminar. Assim sendo, vou esperar que chegue ao cinema, banquetear-me com pipocas e ice tea nas partes mais lamechas e enfrentar a tela sem o mais ínfimo receio de regressar cambaleante de desilusão a casa! Ah, a liberdade!

Thursday, September 02, 2010