Thursday, December 28, 2006

A borra da sociedade

Este ano vou ser borra. Ser nata já não tem piada...

Wednesday, December 27, 2006

Pensamento lateral

O que fazem 7 raparigas sentadas à mesa com post-its colados na testa?

O primeiro a acertar ganha uma visita guiada à Cova da Moura... e um porta-chaves dos escuteiros!!! Concorra e seja feliz!

Ensinando o plural

"Um cão, dois...."
"CÃES!"
"Um pão, dois..."
"PÃES!"
"Um feijão, dois..."
"FEIJOADA!"

As crianças são incríveis...

Saturday, December 16, 2006

Quando o azar bate à porta...



... é melhor ficares bem caladinho e fingires que não está ninguém em casa. Assim como se faz quando as testemunhas de Jeová vão lá a casa, ou quando os escuteiros tentam vender pedras com uma coisa qualquer pintada e lhes chamam "pisa-papéis", ou prendem um arame a um pedaço de madeira e dizem que andam a vender "porta-chaves"... Ao contrário do que vejo nos filmes, nunca nenhum escuteiro me tentou vender bolachinhas... É pena, talvez tivessem mais sucesso. Afinal, em Portugal as pessoas estão cada vez mais pobres mas, ao mesmo tempo, mais gordas. Significará isto que andamos a gastar dinheiro a mais em comida?! Eu bem me parecia que era aí que estava o problema!Qual poupar água e luz, vamos mas é deixar de comer que esse é que é o caminho para a riqueza! Basta olhar para a quantidade de esqueletos que se passeiam por Hollywood nos seus vestidos super carérrimos e chiquérrimos! Imaginem se eu estivesse no governo, onde este país não estava já?
Mas falava eu no azar... Quando temos uma gripe, seguida de uma sinusite maxilar, e nos espalhamos no meio do passeio, tudo isto no mesmo dia, repensamos a nossa forma de estar na vida. Passamos a estar sempre caladinhos em casa, atentos ao ruído do elevador, tapadinhos com uma manta de retalhos enquanto bebemos um Bongo. E anos mais tarde pode ser que nos encontrem mortos, depois de um grupo de miúdos ter partido os nossos vidros à pedrada enquanto nos chamava nomes, estatelados no chão, com 50 gatos à nossa volta, submersos em pacotinhos de sumo...

ATENÇÃO: ESTE TEXTO NÃO TEM QUALQUER INTUITO DE MALDIZER O FANTÁSTICO SUMO COM SABOR DA SELVA. BONGO NÃO EQUIVALE A MORTE COM GATOS. QUEM PREFERIR PODERÁ SUBSTITUIR BONGO POR TRINARANJUS OU FANTA. Obrigada.

PENSA!

1000000000 pessoas no mundo vivem com menos de um dólar por dia
2700000000 pessoas lutam para sobreviver com menos de dois dólares por dia
114000000 crianças não recebem instrução sequer ao nível básico
584000000 mulheres são analfabetas
6000000 crianças morrem por ano de má nutrição antes de fazer cinco anos de idade
800000000 pessoas deitam-se todas as noites com fome (300000000 são crianças)
2600000000 pessoas carecem de saneamento básico
O activo dos três homens mais ricos do mundo juntos excede o produto nacional bruto (PNB) dos 48 países mais pobres do mundo no seu conjunto
Em 1998, por cada dólar que o mundo em desenvolvimento recebeu de subsídios gastou 13 no pagamento da sua dívida.

Ainda achas que a tua vida é má? PENSA!!

Thursday, December 14, 2006

Embrulhar ou A fantástica arte de rodear de papel brilhante e laçarotes coloridos um objecto, dando-lhe um aspecto apetecível

Depois de uma prolongada ausência, motivada pelos deliciosos textinhos que tenho tido a oportunidade de ler, com nomes tão sugestivos quanto "The question concerning technology" ou ainda o brilhante "Preface and Introduction to Gramophone, Typewriter, Film", consigo regressar. Pérolas, é o que vos digo! De trazer lágrimas ao olho mais insensível, garanto! E isto não é apenas o resultado do delírio a que estou sujeita devido à gripe que me assola.
Forçada a deslocar-me até ao supermercado, de manhã, para poder comprar os mais elementares produtos de sobrevivência (tais como espuma para o cabelo e um rímel novo), fiquei surpreendida com a eficácia das meninas dos embrulhos! Aquilo pareceu-me arte na sua forma mais pura! Esticavam o papel, dobravam, rasgavam, colavam, isto tudo a uma velocidade estonteante e, ATENÇÃO, sempre a conversarem umas com as outras! "BRAVOO!", gritou a vozinha que habita dentro de mim (esquizofrenia? hummm... "procurar na net os sintomas de esquizofrenia"). A verdade é que adoro aquele ritual da família sentada no chão, papel por todos os lados, laços espalhados pela sala, etiquetas com nomes e beijinhos... Vai daí, decidi-me: para o ano tiro o curso de embrulhadora. Vou praticando cá em casa, embrulhando tudo aquilo que estiver à mão, e, para tornar a coisa mais desafiante, começo a embrulhar cubos e paralelipípedos e acabo em cones, esferas, e formas cujo nome desconheço, com altos e baixos e coisas espetadas para os lados! Vai ser um looooongo ano... ;)

Monday, December 04, 2006

Fluente em português?

A linguagem é algo que me maravilha e supreende, dia após dia. Já repararam como, apesar de falarmos a mesma língua, temos discursos tão diferentes que, por vezes, nem nos entendemos? Reparem:

Nunca vos apareceu ninguém que se refere às coisas pela marca, e não pelo objecto em sim? Por exemplo:

"O meu TISSOT (um relógio)"

"As minhas LEVI'S (umas calças de ganga...)"

"O meu NOKIA 3G TOPO DE GAMA (sim, é um telemóvel...)"
etc, etc...
E nós de enciclopédia na mão, a tentar descobrir o que é um DaVinci, depois de termos cometido o erro grosseiro de comentar "Ah tens um? Mas devem ser caríssimos! Gosto especialmente dos esboços a carvão..." (já agora, é um PDA!) Que ignorância a minha! Quem quer saber do Leonardo?
Mas admitamos, que não são só os ricos que falam de forma estranha, e nem todos falam assim, atenção: aliás, geralmente são os pseudo-ricos quem fala assim: têm uma única coisa de marca e querem deixar isso bem evidente...

A gente comum também utiliza vocabulário por vezes muito estranho: como quando me pediram uma burra e eu disse: "ohpah, só se quiseres que te leve de carro..." (mais uma bela saída). Ou quando me disseram que havia um "baca" no ginásio, e eu comecei a pensar como teriam conseguido que a vaca subisse as escadas... E quando descobri que as "renas" estavam no Deck e fiquei surpreendida com a existência destes bichos em Portugal!

Ou os intelectuais que são tão intelectuais que não conseguem falar sem utilizar expressões como "Vocês são umas conspurcadas!" Resposta: Ai é? Deixa-me só ver aqui no dicionário, que vais ver! Tu és um... um....néscio! (uhhhh!)

E os velhinhos que nos falam como se estivéssemos numa peça de Shakespeare? "Ide até lá, mas voltai antes do sol se pôr! Levai dois contos de reis para comprardes algo para manjar". (........)

E os dreads? "Ya bro esse cap é bué phat! Curtiste aquele spot ontem?" WOW, calma irmãos... YAP-TAP-YO pa vocês também! (e espeto o polegar num gesto muito dread... ou talvez não)

Somos portugueses, mas daí a falarmos a mesma língua....vai um looooongo caminho*


A brincar, a brincar...

É Natal e não faz mal

Chegou Dezembro, as luzes estão colocadas nas ruas, e os carros começam a apertar-se nos estacionamentos dos shoppings. E aí se vê o espírito do Natal: buzinadelas, carros que ocupam dois lugares, condutores com faces vermelhas e olhos quase a saltarem das órbitas. As criancinhas a espernearem no corredor dos brinquedos com o "Silent Night" a tocar, agarradas à última Barbie que só custa 40 euros ( e a Berby dos chineses a 10 euros, mas com cabelo roxo e olhos vermelhos, convence-nos a dar mais 30 euros!...). Os velhotes empurram os carrinhos, ou vão arrastados por eles, a comprar bolo rei e soquetes para os netinhos.
Ai, o Natal... Quando entramos em histeria porque o bolo fica queimado, as batatas desfazem-se na panela, o gato atirou abaixo a árvore de Natal que levou horas a erguer! E as crianças lá fora, a atirarem bolas de lama umas às outras, deitando-se com os seus casacos branquinhos na terra para fazerem anjinhos no chão.... As luzes da árvore fazem curto-circuito, acaba-se a luz, não há elevador, subir 4 andares com as prendas debaixo do braço, chegar e bater à porta desesperado mas ninguém te ouve, atirar os embrulhos para o chão, ouvir o "tim tim tim" de algo que se partiu, chorar de raiva porque era a jarra caríssima para a avó... Até que, no escuro, distingues a figura de um velhinho, vestido de vermelho, de barriga proeminente que te dá uma festinha na cabeça:
"Pai Natal?", perguntas com os olhos brilhantes, a esperança a crescer dentro de ti!
Não, é só o tio Francisco, que tem Alzheimer e se esqueceu de tirar o pijama... Mas de qualquer forma, abrem-te a porta quando o ouvem berrar, cheio de medo porque o abraçaste, e sentes que tudo valeu a pena.
A árvore ardeu devido ao curto-circuito, mas não faz mal. Não há luz, mas não faz mal.
FELIZ NATAL, OHOHOH :o tio Francisco começa a delirar, já não se lembra quem é, grita em cima de uma cadeira, mas não faz mal!
É Natal, e estamos juntos :)

A brincar, a brincar...

Thursday, November 30, 2006

Parabéns princesa





Pudera eu correr de volta o tempo, como um relógio a que se retrocedem os ponteiros, e ia-te buscar. Comíamos o maior crepe com gelado de sempre, cantávamos até ser dia outra vez, pintávamos cada pedra do passeio, víamos loucos cuspirem fogo... Esses loucos de Lisboa que amamos, "que nos fazem duvidar" de tudo, menos de nós.
Não duvides nunca.
Parabéns princesa.

Wednesday, November 29, 2006

É pra levar faz favor





E se os homens se pudessem comprar como o peixe? Era chegar lá, "Bom dia dona Gertrudes, era um homenzinho pa levar, faz favor!". E lá vinha ele, sem escamas nem espinhas, pronto a consumir sem o perigo de ficarmos com uma espinha entalada na garganta. Mas lá diz a Dona Gertrudes: "Ai filha, eu bem o amanho, mas olhe que pode ficar espinha!"
Eu sei, dona Gertrudes, eu sei... Mas não deixa de ser uma bela utopia ;) Até domingo.

A brincar, a brincar...

Monday, November 27, 2006

Gaffes Jornalísticas

Andava eu, ligeira, passeando-me pela interenete quando encontrei esta página genial. Deixo-vos aqui este pequeno tesouro da história do jornalismo português:
(tirado de http://www.anedotas.com.pt/2004/04/gaffes-jornalisticas.html, enviado por Domingos Moreira - sim, que eu não sou de plágios!)

Jornalista da RTP:"É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos!" (trata-se de uma nova variedade de árvores...)

Jornalista da TVI: "As chamas estavam a arder". (fantástico!!!)

Rodapé do Telejornal da SIC: "O assassino matou 30 mortos." (era para ter a certeza que estavam bem mortos...)

Jornalista da TVI: "Foi assassinado, mas não se sabe se está morto."(nada melhor que pedir ajuda ao assassino que matou os30 mortos!)

Jornalista da TVI: "Estão zero graus negativos." (ok...)

Comentário de uma jornalista sobre o caso Aquaparque: "Os aquaparques têm feito, durante este ano, muitas vítimas, que o digam os dois mortos registados este mês...". (em directo do além...!)

Lídia Moreno - Rádio voz de Arganil: "Quatro hectares de trigo foram queimados... Em princípio trata-se de um incêndio." (em princípio, pois até se pode tratar duma inundação...)

A meio de um relato de futebol: "Chega agora a informação... o jogador que há pouco saiu lesionado, foi vítima de uma fractura craniana no joelho." (mais um caso raro na medicina!!!)

Jornal da Noite, Manuela Moura Guedes: "Um morreu e outro está morto". (sem comentários...)

Ainda me estou a rir!


Ainda.....


Pronto, já chega. (hihihihi)

Bob, o sanguinário - UMA HISTÓRIA VERÍDICA!




Mede cerca de 20 cm, usa capacete de obreiro, e anda com um cinto de ferramentas. Foi visto pela última vez no Pavilhão Atlântico e dá pelo nome de "BOB, o construtor". Na passada sexta-feira, a casa deste maquiavélico boneco de plasticina caiu em cima da cabeça de um pobre trabalhador, levando-o ao hospital em delírio, para ser cosido. Quando lhe perguntaram o que tinha acontecido, o homem só conseguia pronunciar: "BOB..... o construtor.... foi ele.....". Fica o alerta para todos os pais do mundo.
O trabalhador encontra-se quase recuperado, mas garante que nunca conseguirá esquecer o olhar de Bob no momento do acidente (ver foto capturada por um colega do operário na altura). Mais um caso paranormal no aparentemente inocente mundo dos brinquedos...


PS- o trabalhador afectado tem, no entanto, a sorte de namorar com uma rapariga amorosa e muito simpática.

A brincar, a brincar...

Sunday, November 26, 2006

A analogia do WC

Já o velhinho ditado dizia, minhas amigas: "Um homem é como uma casa-de-banho: ou está suja, ou ocupada." Mas de vez em quando ainda se encontram casas de banho limpinhas por aí... ;) Têm é de procurar e não desistir perante as caganitas que vos aparecerem pelo caminho!

A brincar, a brincar...

Wednesday, November 22, 2006

O homem que não queria deixar de ser homem...

Para quem conhece o "Extreme Make Over", o "Dr. Preciso de Ajuda" da TVI só nos ajuda a perceber como somos pobrezinhos. Não só os participantes saem de lá com cara de SERES HUMANOS (inadmissível num programa destes!) como têm um ar de angústia que arrepia. Não sei se o pedacinho que vi pertencia à primeira emissão, mas estava por lá um pobre coitado que metia dó! E ele nem tinha feito uma plástica.
Um homem simples, reservado, irmão de uma das retalhadas e namorado da outra. E a dona Júlia a insistir :
"Mas diga lá oh homem, o que é que acha?"
"Ah, ê acho bein..."
"Vá lá, deixe de ser tão homem! Diga-lhe que está bonita"
"Tá bonita tá, sim sinhora!"
"Diga lá isso com mais convicção oh homem!"
"Tá muito bonita ela, Dona Júlia, de verdade que está! Estou muito contente."
"Carambas homem, deixe lá de ser tão masculino! DIGA-LHE QUE ESTÁ LINDA PORRA!"
"......... está linda está. Mesmo. A sério. E desta vez nã tô a brincar! Nunca falei tã sério na minha vida, PORRAÇA!"
O público, emocionado, bate palmas, enquanto a namorada limpa as lágrimas com o lencinho (cuidadosamente, não vá o olho, fresquinho fresquinho, sair do lugar!).

A brincar, a brincar...


Monday, November 20, 2006

POLUA pela sua rica saúde!

Parece que um grupo de cientistas descobriu que a camada de poluição que envolve a Terra pode ajudar a evitar o sobreaquecimento pelo Sol. Isto são boas notícias. E agora o que é que os ambientalistas vão dizer? Da próxima vez que alguém atirar um pacote de batatas vazio pela janela já não vamos poder buzinar. "Queres morrer tostada, é?" e eu calo-me. Afinal ele até tem a sua razão. É melhor poluir muito para não morrermos queimados. Antes intoxicados, que sempre deve doer menos e pode ser que até desmaiemos antes do momento final.
E agora o que é que vão ensinar às criancinhas na escola? "Meninos, vamos todos poluir a Terra que assim o sol já não nos queima até à morte. Joaninha, onde é que pensas que vais deitar essa pastilha?? No caixote do lixo? Já para o castigo!!"
Mas... não foi a poluição que abriu o buraco na camada de ozono? E não era isso que ia permitir que os raios passassem e, consequentemente, que a Terra sobreaquecesse? Por via das dúvidas, não vá o estudo deles estar errado, o melhor é poluirmos dia sim dia não. Ou ainda acabamos todos a viver em canoas com o degelo dos glaciares, e isso é que não tinha jeito nenhum! Já possuo algumas reservas de atum e feijão em lata e umas quantas madeiritas não vá o diabo tecê-las...
E eu que andava a ensinar à minha filha a importância de cuidar do meio ambiente... Pelos vistos, andava a criar um monstro!...

A brincar, a brincar...

Friday, November 17, 2006

"Como se comportar no transporte público" para iniciantes

Caro iniciante:
Andar de transportes públicos requere, como rapidamente perceberá, uma panóplia de conhecimentos e deveria, até, ser considerado uma arte. É por isso que deve ler este manual atentamente, antes de se aventurar no incrível mundo dos TRANSPORTES PÚBLICOS!

  1. A espera pelo transporte público é, por si só, uma complicada missão. Dependendo do transporte, o iniciante deverá:
  • No autocarro: colocar-se na fila, pois não tem outro remédio. Manter a confortável distância de um braço entre os outros utentes, pois, quando o autocarro chegar, isso evitará que seja esmagado pelos companheiros de trás e que esmague o companheiro da frente. Esta regra também tem especial utilidade no fim da tarde, quando os odores estão mais intensos.
  • No metro e no comboio: pode aguardar sentado, se assim o desejar. No entanto, ao ouvir o transporte aproximar-se, deve correr para a linha de modo a conseguir lugar sentado. Cuidado com os guarda-chuvas espetados por debaixo dos braços: estes indicam os utentes veteranos, que os usam como técnica para afastar as outras pessoas! Não se mostre intimidado e, pegando no seu telemóvel, finja que é um importante advogado prestes a levar a tribunal uma velhinha por agressão com um guarda-chuva (não se esqueça de retirar o som ao seu aparelho telefónico, de modo a não ser descoberto).

2. Já dentro do seu transporte (esperemos que confortavelmente sentado), não se esqueça de ter consigo material para leitura. Além de ser uma boa forma de aproveitar o tempo perdido no caminho, é também a melhor solução para evitar os olhares desconfortáveis que possam recair sobre si. No autocarro e no comboio, poderá usar a técnica "estou a admirar a paisagem e por isso não me apercebo de nada", só que no metro esta técnica é altamente desaconselhável, visto que o metro não tem paisagem para além do túnel escuro, e os vidros reflectem o interior da carruagem, pelo que os olhares continuarão a persegui-lo. Caso não tenha mesmo nada à mão para ler finja que está a mandar mensagens ou leia as regras de utilização do metro, geralmente coladas às paredes.

3. Sair do seu transporte poderá ser complicado, principalmente nas saídas mais populares, a menos que tenha um bom plano de fuga. Sugiro a "mala louca": uma mala a esvoaçar em sua volta, com um ar bastante pesado pode fazer milagres pela sua posição. Mais uma vez, é importante correr, mantendo, no entanto, a calma nas escadas: uma vítima nas escadas do metro pode significar a chamada "queda em dominó" de todos os outros.

Estes são os princípios básicos na utilização dos nossos transportes públicos. Siga-os e notará grandes diferenças. Ou então devolvemos-lhe o tempo que perdeu a ler isto. É uma garantia da Lolly para a POPulação!

A brincar, a brincar...

Sunday, November 12, 2006

Eventualmente, perdeu-se uma Estrela...


Quando era pequenina, queria ser cantora/actriz. Decorávamos as músicas de todos os filmes da Disney, ensaiávamos coreografias, e quem viesse ao Natal, à passagem de ano, ou simplesmente beber um café cá a casa, levava, inevitavelmente, com duas miúdas com as pernas torcidas a abanarem-se no chão enquanto cantavam e se penteavam com garfos (um espectáculo que, acreditem, assustaria o próprio Freud!).
Acho que todas as miúdas têm esse sonho, quando são mais novas, mas eu levava aquilo mesmo a sério. Nunca me vou esquecer (oh vergonha! oh humilhação!) do belo dia em que decidi, em plena aula de solfejo, cantar Madredeus para toda a aula. Eu tinha uns 8 anos, uma excepção numa turma maioritariamente adulta, e, cheia de confiança e orgulho, pus o meu melhor ar de sofrimento e comecei a berrar: "LÁ FORA HÁ UMA VACA EM CHAMAS!" (diria, pela cara deles, que muitos acreditavam, de facto, que havia uma vaca a arder. Nunca tinha visto tanta gente assustada junta!)
Acabasse aí a minha carreira enquanto cantora, e pareceria até engraçado, sem importância nenhuma. Mas não, o meu recente êxito sabia-me ainda a pouco. E por isso, passado pouco tempo, decidi criar as "Estrelas Amarelas", um grupo musical que dançava com saias de papel amarelas e que durou cerca de uma semana. Demos um espectáculo único, na festa da escola (e digo único porque foi mesmo só um...), com uma música da minha autoria que possuía um refrão tão elaborado quanto isto:

"Estrelas amarelas/Tão lindas e tão belas/Olha a saia delas/Estrelas amarelas!"

... Bem, pelo menos rimava!
Quem sabe se hoje não poderia ter uma grande carreira, cheia de CDs com fotos minhas vestida de lycra rosa-choque, com nomes como "Oh Pepe, passa pra cá a gillete!" ou "Eu amava-te mas o meu pai matava-te!"?
Quem sabe? Eventualmente, possivelmente, provavelmente... perdeu-se mesmo uma grande estrela. Daquelas bem amarelas...


A brincar, a brincar...

Friday, November 10, 2006

Mensagens subliminares....

Se vocês soubessem o que andei a fazer ontem à noite... Se vocês imaginassem, sequer, a dimensão da loucura... Se vocês pudessem ter visto tudinho... Então, já estão suficientemente ansiosos?

Ontem, fizémos um image-rally-paper. "Um image-rally-paper? O que é isso?", perguntais. Ao que eu respondo: em vez de pistas escritas, espalhámos fotografias referentes aos sítios onde a nossa amiga, aniversariante, se tinha de deslocar, de modo a, no fim, encontrar a sua prenda: uma caixinha cheia de confetis, linhas de novelo coloridas, chocolates, pastilhas, gomas, etc... É que o dinheiro anda escasso e portanto até os confetis eram artesanais (pus-me a furar folhas coloridas com o furador! Oh pobreza ao que me levas! Com esta idade a fazer trabalhos manuais!).
Começámos logo de tarde a colar as fotografias pela bela Oeiras. As pessoas olhavam para nós com um ar de "Drogadas, devem estar para ali a fazer tráfico!", mas nós lá íamos sorrindo, aos pulinhos, com a fita-cola numa mão e as fotos na outra.
Mas, não vos esqueceis, estamos em PORTUGAL. Em Portugal, qual é a Dona Maria que não vai lá, logo a correr, ver o que as deliquentes andaram a colar pelos canteiros? Tudo bem, provavelmente eu também ia ver. Mas quando as pessoas decidem tirar as fotografias porque acham que se tratam de mensagens subliminares... aí não dá para acreditar!
Chegámos ao local X, do outro lado da rua do café XX e eis que a nossa pista tinha sido removida. Chocada, perguntei a um amigo meu que por ali passava se sabia de alguma coisa: "Ah, foi o dono do café que tirou"... Ah, então está bem. Visto que ele não é funcionário da câmara, que a fotografia nem se encontrava na mesma rua que o café dele, muito menos no seu estabelecimento, o que é que lhe terá passado pela cabeça? Ele explicou-se: pensava que era algum tipo de mensagem.... Uma ameaça, um aviso, bruxaria até! Só para vos esclarecer: era uma foto duma fonte luminosa.
Estaria ele a pensar que a ameaça era:
A- Vais morrer afogado porque o croquete ontem não foi dos melhores?
ou
B- Vou inundar o teu estabelecimento porque não vendes moelinha estufada?
ou
C- Vou chamar o Isaltino e ele vai destruir o teu café para construir outra fonte luminosa?

Quem pensa assim é porque tem a consciência pesada. Ah pois é...

A brincar, a brincar...

Thursday, November 09, 2006

Da Lolly para a POP


100 visitas ao meu blog! Que coisa boa... :) Um lollypop para a POPulação que ainda atura os devaneios da Lolly (que ainda por cima se refere a si na terceira pessoa, demonstrando uma grave falha na construção da sua personalidade...)!

Wednesday, November 08, 2006

Cinemar ou não cinemar

Confesso que, ultimamente, não tenho ido ao cinema. Adoro filmes, adoro o escurinho misterioso da sala de cinema antes do filme começar, as pipocas de um lado e a garrafinha de água do outro, o rugido das colunas mesmo por cima de mim. Mas, por outro lado, há coisas no cinema que, cada vez mais, me levam a escolher os DVDs em casa. O preço exorbitante do bilhete é a razão principal. Pagamos quase 5 euros para ir ver um filme, contando com o desconto dado pelo cartão de estudante. Mas continuemos, não quero que pensem que se trata só de ser forreta... De certeza que já foram ao cinema e, sorte das sortes, calhou-vos ficar mesmo à frente de um grupo de potenciais comediantes. Riem-se como hienas, mandam bocas uns aos outros, fazem ruídos estranhos nas cenas de suspense... enfim, paga-se o bilhete de cinema e dão-nos, de brinde, o espectáculo de circo! Isto até seria uma boa medida caso eles quisessem dar saltos perigosos lá de cima, da cabine que controla o filme, mas, infelizmente, a coisa não costuma passar da palhaçada.
Sr Cardinali, se procura novos talentos, vá ao cinema. A sessão da meia-noite, então, costuma estar recheada deles!
Para os fumadores, ir ao cinema também tem o inconveniente de não se poder fumar aquele cigarro durante o filme. "Aquele" cigarro, sabem? Todos os fumadores sabem a que me refiro. Mas é verdade que, caso o cinema adoptasse o fumo livre durante os filmes, provavelmente, quando a sessão acabasse e se acendessem as luzes, iam-nos encontrar roxos, esticados no chão, derrubados pelas cadeiras que se conseguem dobrar sozinhas ("Cadeiras do demónio!!", diria a minha bisavó!).
Eu ainda arrisco, de quando em quando. Principalmente quando é alguém conhecido que está à porta e me poupa os 5 euros. Principalmente nos filmes de acção ou com efeitos especiais, em que o ecrã da TV não tem a mínima hipótese contra o gigantesco ecrã do cinema. Principalmente quando a banda sonora é tão boa que temos de ouvi-la numa sala com condições. Principalmente quando estou farta de estar em casa e quero desanuviar.
Vou cinemando, amando cinema, um pouco mais leve nos bolsos quando saio, mas com um gostinho que nenhum sistema de home cinema me consegue deixar.

PS- Lembram-se de bater palmas quando o filme acabava? Nessa altura, sim, cinema era espectáculo... O que aconteceu a isso? Voto em batermos palmas da próxima vez que formos ver um filme. O pior que nos pode acontecer é recebermos uma chamada do Sr Cardinali...



A brincar, a brincar...

Monday, November 06, 2006

Como um duende me lixou...

Sou uma pessoa com uma imaginação fértil. Tão fértil que acredito que se ficar muito tempo debaixo do chuveiro me vão crescer espigas de milho no alto da cabeça. Tão fértil que, depois de ver o Sexto Sentido, fiquei a pensar "E se eu estiver morta e ainda não tiver percebido?!". Ter uma imaginação fértil pode ser problemático: vemos coisas que os outros não vêm e há outras que nos passam ao lado. Como o galo da minha faculdade. Ando há 3 anos na FCSH e, só outro dia, descobri que temos lá um galo. Nunca o vi, contaram-me que ele anda por lá. E eu pensei: e se eu estou morta e é por isso que não vejo o galo? Mas percebi que então tínhamos todos de estar mortos, porque eles me vêem a mim. Qual a probabilidade de uma Faculdade inteira estar povoada de zombies? Bah, que cabeça a minha!
(As duas únicas pessoas que lerem isto vão pensar que devo precisar de anti-depressivos "Ai que mórbida que ela está! Só a falar de mortos, cruz credo!". )
Acho que se calhar engoli um dia, por acidente, um duende que vinha colado a uma folha de alface, e que esse duende devia ter ideias sinistras. Porque, quando era apenas uma mocinha de 3 ou 4 aninhos, e um vizinho simpático me pediu para contar uma estória eu não hesitei:
Era uma vez uma princesa muito bonita que ia a passear na floresta... quando de repente apareceu um caçador que a matou e ela ficou com a tripas todas de fora! FIM (sorriso inocente com olhinhos brilhantes que aguardam um "Que linda estória")
É claro que não houve sorrisos do outro lado, talvez umas palmadinhas na cabeça e tal, a minha mãe atrapalhada com a situação, os outros pais a esconderem os filhos e a dizerem "Bem, acho que é tarde, temos de ir para casa.. ahah.. até logo".
Pronto, se calhar devia ter contado uma estória em que a princesa apanhava flores e depois dava um lindo raminho à mãe. Mas, bolas, onde estava a originalidade da coisa?!
Pequeno duende, lixaste-me a vida....

A brincar, a brincar...

Tuesday, October 31, 2006

Hallo-Queens

A bruxa do século XXI já não pode ser aquela velha desdentada, de cara esverdeada e verruga no topo do nariz afiado. Meus amigos, a par com a evolução do homo sapiens sapiens, que, segundo consta, está neste momento a passar por um novo momento de mutação, em que os seres mais evoluídos já não têm dentes do ciso (e que só por acaso é o meu caso!), as bruxas também têm evoluído.
Que alma ingénua poderia continuar a acreditar que as bruxas ainda voam de vassoura e vestem trapos rasgados? Tendo as bruxas acesso a transporte exclusivo, parece-me óbvio que, se alguém vai a Milão fazer compras, são elas! Gucci, Cavali, Dolce Gabanna... Tudo isso, as bruxas têm aos montes! A velha botinha rasca não passa hoje de recordação no pé sofisticado da bruxa, que calça a sandalinha preta de muitos, muitos euros!
As unhas das bruxas, um outro elemento fundamental, não podem, obviamente, ser verdadeiras nos dias de hoje. A bruxa moderna é uma mulher ocupada, sempre a mexer em frascos e fransquinhos, de modo a poder fazer os seus feitiços. Ainda que a indústria moderna tenha tentando simplificar a vida delas (colocando o pózinho mágico - branco, sim - dentro de pequenos saquinhos), é claro que qualquer bruxa que se preze, hoje em dia, tem unhas de gel!
E a vassoura? Mas ainda alguém usa vassoura? Claro que a bruxa voa nos mais exclusivos meios de transporte, tais como o aspirador/massajador, ou por vezes no jacto privado do "amigo espanhol que conheceu nas Maldivas durante as férias da Páscoa" (pagas, claro, pela Magazine Bruxedos!)
E que bruxa do nosso tempo quereria viver com uma verruga? Todas as bruxas vão ao cirurgião plástico! Corta daqui, põe ali, mexe um bocadinho acolá... e a bruxa sai, contente da vida, da clínica privada, como se tivesse levado a tareia da sua vida, negra como uma beterraba, mas enfim.. daqui a umas semanas poderá ir àquele baile de monstros linda como nunca!
É claro que a bruxa quer sempre fazer mal a alguém. Ora, hoje não podia estar mais fora de moda o tradicional duelo de feitiços, com luzes e fumos a sairem por todos os lados. Chique mesmo é roubar o namorado da outra, caluniá-la, ou.... o pior de todos os crimes: vestir o mesmo vestido que ela...na festa DELA!!!MUHAHAHA isso sim, é de bruxa!

Ainda acham que as bruxas não existem?

A brincar, a brincar...

Monday, October 30, 2006

Love- sick

Há sempre alguém que, no meio de uma discussão sobre os intermináveis e abomináveis defeitos masculinos, e como eles acabam sempre por arruinar os nossos sonhos e esperanças, se lembra de um casal perfeito.
Entre nós, falava-se de um casal incrível, com uma relação de 3 anos e meio quase sem discussões, onde o respeito convivia com a paixão, e em que os dois eram muito liberais e sabiam escutar-se.
Eu, que nunca os tinha visto juntos, costumava imaginá-los com corações nos olhos, a saltarem de mãos dadas pelos prados verdes!
O nosso exemplo, a nossa esperança de relações perfeitas, morava ali, naquele casal que nós mal conhecíamos, mas que nos aconchegava a alma nos momentos mais difíceis.
Mas e quando os exemplos caem do arranha-céus e se esborracham como moscas no vidro do carro? Afinal o nosso casal perfeito, o nosso pote de ouro no fim do arco-íris, era só latão pintado de dourado! Afinal ela tinha outro, e ele sem nada saber, sorriiiiia. Moral da história: não há exemplos perfeitos.

Poderá então o amor ser chamado de doença? Li algures que o amor pode ser explicado pela química, com uma daquelas funções com letras e números, tal e qual como se pode equacionar uma doença. Assim sendo, não deveria algum cientista de cabelo chamuscado e bata pegajosa começar a pensar numa cura? (os apaixonados gritam BUHHH e os desiludidos YEAH SISTER!! ) Mas a verdade é que ninguém quer mesmo curar-se. Uma vez livres desta doença vil, o que nos vai aquecer o coraçãozinho? O que nos vai fazer rir tão alto? Ou ainda: com quem vamos nós dividir a vergonha de saltar pelos prados?
Partam os tubos de ensaio, peguem fogo aos laboratórios, façam refém qualquer cientista que leve o meu apelo a sério!
E se no fim não correr bem, quando chegar a hora de pegar fogo à merda dos prados, quando forem à cave resgatar o pobre do cientista para o convencer a voltar a trabalhar numa cura para o amor, pensem nisto: na vida o que fica são os momentos, não os finais.
E temos sempre o cartão de crédito do pai, desesperado para nos ver sorrir de novo, para afogarmos as mágoas nuns trapinhos. YEAH SISTER!!

A brincar, a brincar...

Saturday, October 28, 2006

"Catumis, a lavadeira"

Conheço uma pessoa que conhece uma pessoa que conhece uma menina que fala com fadas. E, desta vez, não me refiro à Floribella (estavam mesmo à espera que eu fosse gozar com ela outra vez!). Refiro-me a alguém que, aqui entre anós, se passará a chamar "Catumis".Chocada com a situação, uma outra amiga de uma amiga, a quem a história chegou por acaso, depois de passar por pessoas honestas que não têm como intuito, de modo algum, falar da vida dos outros, decidiu analisar o seu caso. As conclusões foram assustadoras.
Este é o caso de..."Catumis, a lavadeira".
Catumis nunca teve muito contacto com a tecnologia, visto que nasceu numa terrinha antiquada. Veio estudar na cidade, onde se deparou com as "fadas" (chamemos-lhes assim por enquanto). Essas fadas tanto podiam ser amistosas, cantando lindas músicas de amor, como agressivas, ordenando-lhe que, por exemplo, cortasse vacas ao meio. Catumis não queria enfurecê-las e, com o dinheiro que o pai lhe mandava para pagar o quartinho no martim moniz, comprou uma vaca para cumprir a sua tarefa.
Essa amiga que investigou o caso dela, descobriu que aquilo que Catumis julgava serem fadas eram, na verdade, as colunas do seu pequeno rádio, que estava disponível no quartinho de Lisboa, quando ela se mudou para lá.
Quando confrontada com a explicação, Catumis pediu desculpa a todas as vacas do planeta, pelos sucessivos maus-tratos por ela infligidos, e disse que as colunas de som deviam arder todas numa fogueira, enquanto os jovens ingénuos do interior dançariam em sua volta.
A verdade é que este não é um caso isolado. Muitos jovens, tirados à força da sua terra, vêm encontrar em Lisboa um mundo novo, e acreditam estar na presença de entidades superiores quando ouvem vozes e não têm ninguém em seu redor. Foi por isso que muitas das vacas da COW PARADE foram roubadas e maltratadas...


PS-Este é um caso verídico. Avisem os vossos amigos e familiares fazendo copy paste. Se não o fizerem podem vir a arrepender-se. Além disso, durante 10 anos vão ter acidentes de carro envolvendo vacas.

A brincar, a brincar...

Friday, October 27, 2006

Reggae-Tonta

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Oh happy roads!

Todos os condutores têm as suas manias. Há aqueles que conduzem colados ao vidro da frente, os que gostam de conduzir com os joelhos, os que não podem deixar de tirar um ou outro macaquinho quando se sentam ao volante...
Depois há os condutores traumatizados, aqueles que já sofreram algum tipo de peripécia na estrada e que vivem com o fantasma desse dia colado ao pára-choques.
Conheço uma certa pessoa, cuja identidade fica guardada a 7 chaves na minha memória, que padece de um grave trauma. Certo dia, ia a conduzir a carrinha do papá, quando começa a ver fumo e chamas a irromperem pelo capô. Imaginem o pânico da pobre! Não me lembro como resolveu o problema, mas a verdade é que, desde esse dia, ela nunca mais foi a mesma. Sempre que andamos de carro, e lhe cheira a queimado, transforma-se. Os olhos esbugalhados, a respiração ofegante, cola-se ao vidro para ver se há fogo. "Não te cheira a fumo?!", pergunta-me desesperada. Esse trauma já lhe valeu uma piada, digna de ser, um dia, transformada em filme: vai ela no carro e cheira-lhe a fumo. Heis que estica a cabeça para fora da janela para verificar se há algum problema quando uma beata acesa, atirada pelo carro da frente, aterra mesmo na sua cabeça. Ela não se apercebe, e com o cabelo em chamas, continua: "Não te cheira a fumo?! Cheira-me a fumo!!!".
Eu também não estou isenta de traumas, assumo-o. É verdade, eu confesso! O meu trauma são as sirenes. Quando as ouço fico logo em pânico. Sei que vêm atrás de mim e querem passar. Acelero para não ter de me atirar para cima do passeio. Mas se, por acaso, não sou suficientemente rápida, guino o volante para o lado e levo tudo comigo: seja passeio, gente ou jardim, é tudo varrido!

Mas também conheço condutores muito relaxados. Como uma amiga minha que, de cada vez que o carro sofre uma amolgadela, encolhe os ombros e continua. É que ela nem pára para ver a dimensão dos danos! "Olha, fui contra uma árvore... E então, onde é que vamos comer?".....

Conduzir é, vocês sabem, um exercício de auto-controle. Não gritar, não espernear, não fazer gestos feios aos nossos parceiros de estrada. Buzinar alegremente em retorno quando me buzinam a mim (até faço umas melodias engraçadas), e atirar um "xau" (não o detergente, claro, que a vida está difícil!) quando vejo alguém que aparenta fazer um teatro de sombras ao volante.
E se por acaso o pneu rebentar, troca-se. E se ficarmos sem gasolina, aproveitamos para esticar as pernas enquanto nos dirigimos até à bomba mais próxima. Don't worry, be happy!


A brincar, a brincar...

Wednesday, October 25, 2006

A importância do ATCHIM!

Outro dia, em conversa com uma quase-estranha-conhecida-há-11-anos, ela contava-me que o irmão, agora com um emprego sério, daqueles em que se usa fato e gravata, em que a empresa nos oferece um telemóvel e, às vezes, até um carrinho, já não utilizava a expressão "santinho" quando alguém espirrava. Que, agora, ele dizia "saúde". E eu fiquei ali, maravilhada, a ouvir a importância que têm as palavras quando começamos a usar gravata.
Porque a gravata não é só decoração, é o que nos aperta a garganta para nos racionar as palavras. A gravata é o disfarce do super-executivo, mais ou menos como os collants estão para o super-homem. Quando ele põe a gravata, os seus super-poderes começam a funcionar, e ele começa a falar como um homem de verdade.
O homem acorda rabujento, balbucia umas quantas palavras sem nexo enquanto se dirige para a casa de banho... Mas, de repente, heis a gravata pendurada na maçaneta!Ele agarra-a com carinho: é ali que se concentra o seu estatuto, o seu poder. Ali estão guardados todos os "Srs, Drs, Engenheiros, Professores" que distribuirá durante o dia, como raios laser que saem dos olhos de um super-herói. Quando ele a põe, vêem-se feixes de luz atravessarem a porta do WC. Onde está o Pereira? Agora, no meio dos azulejos azuis, é o SR DR PEREIRA quem se olha ao espelho!...

A gravata também tem muitas outras utilidades. Oh sim, podem crer. Imaginem que, vai o SR DR Pereira na rua, com a sua pasta numa mão, e o seu telemóvel da empresa na outra, e um larápio se aproxima dele.. O rapaz tenta então roubar o telemóvel. Se fosse o seu telemóvel, o SR DR Pereira nem se incomodava: afinal tem um 3310, todo riscado, e que está, quase sempre, sem rede. Mas o infame quer levar o telemóvel corporativo, o telemóvel da sua empresa!! Sem pestanejar, o SR DR Pereira arranca a gravata e usa-a como chicote, estalando-a no ar. Isto impressiona qualquer um. Obviamente, o ladrão larga, imediatamente, o telemóvel da empresa do SR DR Pereira e sai, correndo, para casa, pensando que, também ele, devia comprar uma gravata.

Imaginem ainda que, está o SR DR Pereira a conduzir o carro da empresa, distraído a pensar nas contas da empresa, quando, de repente, tem um acidente. O carro capota e o SR DR Pereira verifica que fez um corte profundo na perna, que deixa o osso a descoberto. Se fosse o simples Pereira quem ia ao volante, era capaz de desmaiar ou desatar a gritar por socorro. Mas não! Ali, é o SR DR Pereira quem está ao volante. Depois de telefonar para o reboque, para ver se consegue ainda salvar o carro, porque é o da empresa, ele saca da sua gravata de seda, e usa-a como garrote, apertando-a bem na perna. Enquanto espera pelo reboque, vai adiantando trabalho, fazendo os cálculos da empresa, pois eles não merecem ser penalizados pela sua falta de atenção.

A gravata: a mais poderosa engenhoca do super-executivo!

A brincar, a brincar...

Friday, October 20, 2006

Gemini

Às vezes leio o meu signo. Só para estar preparada, caso vá ganhar uma fortuna, ou ficar constipada... Geralmente, adopto sempre a mesma posição: acredito nas coisas boas, não acredito nas más. Do género:

"O seu signo é regido pelo planeta dos macacos, que, por acaso, se vai cruzar com a estrela do além, precisamente no dia 21. Esta semana vai ter muita sorte ao jogo (ai! tenho de jogar!), vai conhecer um sítio que há muito desejava conhecer (mas eu não tenho mala de viagem que combine com os sapatos! Compraaas!) e vai perder algo muito valioso (pff... ridículo!...Tá bem, tá!....) A nível profissional, surgirão grandes oportunidades, que não deverá desperdiçar!!(será que devia telefonar para este anúncio "Trabalhe a partir de casa e ganhe 5000 euros por mês??!)"

Hoje li a minha sorte no "Metro", escrita pela Andreia Gaita, e percebi...

Gémeos: "Aquele piquenique que anda a planear vai ser completamente arruinado por pica-paus" -FIM-

... isto do horóscopo, não é para mim!...

A brincar, a brincar...

"Oh faz favor, arrancou-me um olho com o arame do seu guarda-chuva!"

Parece que a época do guarda-chuva foi oficialmente aberta! A partir de hoje, já não é piroso andar com ele debaixo do braço, dando até um ar prevenido e sensato.
Mas com a chuva posso eu bem! Não gosto é dos guarda-chuvas... Porquê?
  1. Se não tivermos um daqueles modelos compactos, que se dobram 500 vezes sobre si mesmos e cabem no bolso, é muito chato andar com ele, para cá e para lá, principalmente quando se usam transportes públicos.
  2. Arames espetados nos olhos e na cabeça: está sempre a acontecer. Se repararem bem, há sempre alguém que tenta disfarçar que acabou de ser picado mesmo na testa por um arame de guarda-chuva que por ali passava.
  3. A mania que as pessoas têm de entrar com o guarda-chuva aberto em todo o lado. Deus nos livre de fechá-lo antes de entrar no café!! Insistem, insistem, o guarda-chuva já todo torcido na porta, o tecido quase a romper, e eles a puxar. A malta lá dentro a gritar "TU CONSEGUES!! É SÓ MAIS UM BOCADINHO!!!" Uivos e palmas no final, geralmente seguidos de sussurros do tipo "Eu conseguia fazer aquilo mais depressa.... Viste o ângulo que ele utilizou? Nã, não foi o melhor...."
  4. As danças tribais da chuva: uma velhinha agarrada ao chapéu de chuva, a ser levada pelo vento, a contorcer-se toda... (também pode estar possuída pelo demónio e/ou a ter uma trombose ou algo do género :S)
  5. Os guarda-chuvas esquisitos. Com olhos salientes, pompons, guizinhos, etc. Hoje vi um que imitava um sapo. Ao longe, parecia o Godzilla júnior.... Assustador, minha gente!!!

PS - hoje vi uma coisa incrível no Metro. Uma sósia da Marisa Cruz, mas na versão "Marisa-depois-de-ter-levado-uma-marretada-na-tola": 1,20m, olhos esbugalhados e sem dentes. Parecia MESMO a Marisa Cruz comprimida!!

A brincar, a brincar...

Wednesday, October 18, 2006

Tenha um bom dia com mokambooo

Hoje, quando me dirigi a um quiosque para ir comprar o meu material de leitura, já me tinha preparado mentalmente para enfrentar o sorriso amarelo (se tivesse sorte!), o "diga lá!" e a verruga peluda no alto do nariz, como um letreiro luminoso a gritar SOU UMA BRUXA/ SOU UM BRUXO. Parece que as pessoas já se esqueceram de como se sorri, que não custa dizer "bom dia" e que um "obrigado" nunca fica mal. Eu, que não costumo fazer compras todos os dias, recebo sempre a arrogância como um soco, e, quando isso acontece, defendo-me com outro do mesmo género (não digo "obrigada": MUAHAHA sou tão maquiavélica!).
Ainda ontem, quando cheguei a um quiosque, cuja localização prefiro não revelar de modo a não por em risco a minha segurança, o senhor encarregado de me atender mandou-me ir a outro lado porque estava a dar migalhas a pássaros.... Será que os piu-pius não aguentavam 2 segundinhos? Ficariam loucos como os pássaros do Hitchcock e iriam arrancar-me os olhos? Pelo sim, pelo não, tentei sorrir (uma tentativa mal conseguida, pareceu-me), e afastei-me num passo rápido, como aqueles corredores que não correm nem andam e que vão todos tortos sem tirar os pés do chão (sim, sei que isso tem um nome, mas não mo perguntem a mim!).
Por isso, hoje, quando cheguei ao quiosque e vi um sorriso de verdade, daqueles com dentes à mostra, covinhas dos lados, e brilho nos olhos, apeteceu-me comprar o expositor inteirinho, com suportes e tudo, e esvaziar a carteira nas mãos daquela mulher. Comprei só uma revista, mas deixei lá o meu melhor sorriso, o mais delicado "obrigada" e o sincero desejo de que a senhora tivesse, realmente, "um bom dia". Ainda pensei em abraçá-la, dançar o "Vira" com ela, e cantarmos juntas o "Tenha um bom dia com mokamboooo...", mas isso podia estragar tudo e então limitei-me a ser uma pessoa normal...
Afinal, não custou nada, pois não?

A brincar, a brincar...

Monday, October 16, 2006

Voltar atrás

Se pudesse voltar atrás no tempo, e fazer as coisas de uma outra forma, mudava menos do que aquilo de que me queixo. Se calhar nem sequer chegava a alterar um simples sorriso, um olhar desinteressado, uma colher deixada cair ao acaso, o barulho da vizinha ao lado que vê a telenovela enquanto aspira a casa. Provavelmente, as nuvens continuariam ali, o sol daquele mesmo lado, e os sonhos teriam o seu espaço guardado naquele cantinho especial da almofada, e o meu lugar continuaria a ser o de sempre. Ali, junto à mesinha de cabeceira, estariam os mesmos livros, as mesmas páginas dobradas, as mesmas frases sublinhadas, as mesmas capas amarelecidas. Atrás da porta continuaria o mesmo pó, a mesma mancha escurecida que me enerva, o mesmo pedaço de soalho solto com que implico. No corredor, a mesma boneca de porcelana com o rosto a estalar. Se calhar deixava tudo como está. Não mudava nada, nem as partes do meu mundo que mais me irritam.
Se eu voltasse atrás no tempo mudava uma coisa. Parava em cada sorriso para o recordar para o resto da vida, parava em cada olhar para o conseguir absorver total e completamente, e dava-te as mãos mais vezes. Se calhar não te deixava falar tanto e ensinava-te o poder que o silêncio tem de unir os sonhos e as almas. Se calhar tinha-te mostrado mais vezes o que são momentos.
Mas eu não vou voltar atrás no tempo, pois não?

Uma bad pie...


'Cause you had a bad pie, you're taking one down
You sing a sad song just to turn it around
You say you don't know, you tell me don't lie
You work on a smile and you go for a ride
You had a bad pie, the camera don't lie
You're comin' back down and you really don't mind
You had a bad pie... you had a bad pie

A tarte nem ficou má, mas a cozinha nunca mais voltará a ser a mesma... Não é esta, mas ficou parecida :S


A brincar, a brincar...

Saturday, October 14, 2006

GANHEI!! GANHEI!!

GANHEI!GANHEI!GAAAANHEI...juízo :P

Com 80 milhões de euros em jogo, poucos não arriscaram. Afinal, quem não arrisca não petisca, e o povo português, o maior apostador da Europa no que toca a este sorteio milionário, encheu as papelarias com números benzidos e estrelas prometidas.
Eu andava com um feeling em relação às estrelas número 4 e 9. Não sei, estava capaz de apostar o meu bem mais precioso (entre "apostar" e "o meu bem mais precioso", fiz uma pausa de cerca de 2 minutos a pensar naquilo que tinha com algum valor. Ficou a intenção) em como aquelas iam ser as estrelas mais brilhantes nesta sexta-feira 13. Não foram. Depois de influenciar toda a gente a escolhê-las, tive medo de sair de casa, mas, mais uma vez, o que conta é a intenção. Afinal, lá estava eu, generosa, a partilhar o meu (in)falível palpite com toda a gente. Depois das 21h15, nem um agradecimento... Bah! Ingratos!
Mas afinal, como é que as pessoas escolhem esses números mágicos em que depositam a sua esperança e os seus eurinhos? Quem são os nossos apostadores??
  1. O céptico - não tem qualquer tipo de crença na sua capacidade de prever o futuro. Prefere arrsicar as apostas aleatórias e automáticas. Provavelmente é do sexo masculino... Deixa tudo nas mãos de uma máquina!
  2. O matemático - guarda religiosamente os resultados de todos os sorteios, calculando as probabilidades de cada número e de cada estrela. Ou então, dirige-se, pura e simplesmente, à internet, onde outro matemático já seu deu ao trabalho de calcular isso por ele. Deixa tudo nas mãos da ciência.
  3. O impulsivo - marca o primeiro número que lhe vem à cabeça. Depois arrepende-se, vai buscar outro boletim, volta a fazer o mesmo. Termina confuso, frustrado, mas com uma ligeira esperança. Deixa tudo nas mãos de alguém que ele tem a certeza que não é ele.
  4. O compulsivo - marca uma centena de números, quase sem olhar para eles, e só depois se apercebe que acabou de gastar quase 100 euros em apostas múltiplas. "Temos pena, já está no terminal". Vai para casa furioso, vê o sorteio furioso, desliga a televisão furioso, e atira setas a um poster da Marisa Cruz colocado atrás do fogão. Não deixa nada nas mãos, voa tudo.
  5. O intuitivo - faz a sua escolha com a maior das calmas. É possível que tenha praticado exercícios de respiração antes, no seu quarto cheio de velinhas, onde tenta inspirar-se. Tem a sensação de que uma força o guia para esse número, e quando não ganha nada (quase sempre) não se revolta. Fica para a próxima! Deixa tudo nas mãos dos espíritos celestes e sábios que vivem em florestas com duendes.
  6. O pobre - não come há dois dias para poder jogar no fim da semana. Cada elemento da casa escolhe um número e, por estranho que pareça, é dos que mais aposta. Ele sabe que para ter muito é preciso estar-se preparado para dar muito. Não costuma ganhar, mas sente que foi dinheiro bem gasto. No fim, se calhar ainda volta para o bolso dele! Deixa tudo nas mãos da senhora da caixa do supermercado, porque não tem dinheiro paa pagar.
  7. O rico - joga por desporto, pela sensação de adrenalina, pelo prazer de poder vir a roubar mais uns trocos à populaça. Faz as suas apostas pela internet; não, aliás, manda o seu mordomo apostar por ele na internet. Aposta sempre minutos antes das 19h de sexta-feira e escolhe os números que a empregada leu serem os números da sorte do seu signo. Parvoíces, mas deixá-la... afinal, para ele são trocos. Deixa tudo nas mãos da empregada... mas tudo mesmo!
  8. A Floribella - não joga, porque se tiver ouro vai deixar de ter amigos.... Portanto pede às fadinhas mágicas para apostarem por ela. Deixa tudo nas folhas de uma árvore falante que também serve de farol (e porem a floribella na clínica de reabilitação?).

Ainda não sei se alguém ganhou os 80 milhões de euros, mas caso isso não tenha acontecido (eu, egoísta, a torcer os dedos - que coisa feiaaaa!), para a semana lá estamos nós, os apostadores, de caneta em riste e boletim na mão, ansiando por uma quantia ainda mais dolorosamente extraordinária, invadindo as papelarias nacionais.

A brincar, a brincar...

Friday, October 13, 2006

"Terrifiquis Horis"



Depois de muito sofrimento, a vida do habitual utilizador dos transportes públicos em Portugal vai ser, finalmente, adaptada ao cinema e conquistar o reconhecimento tão merecido. O filme, que se vai chamar "Terrifiquis Horis", ou seja, Horas Terríveis, promete tornar-se um clássico entre os amadores do cinema de terror. E a promoção do filme já começou: ontem, a linha verde do Metro foi engenhosamente encerrada entre o Cais do Sodré e o Martim Moniz, por volta das 9h da manhã, gerando o caos e o pânico entre aqueles que esperavam poder partilhar odores corporais com os seus companheiros de batalha.
Assim que se aperceberam da situação, dezenas de pessoas correram desesperadas para as paragens de autocarro, deixando para trás os seus bens, numa clara tentativa de sobrevivência. Os mais velhos lutavam, bravos, por entre as malas e os casacos abandonados no cais de embarque, incitando os outros a prosseguirem o seu caminho.
"Ehpah!! Oh Fonseca, há aqui malas abandonadas!", gritou um polícia. Com receio de um atentado, a POPulação atirou-se para o chão( mas continuou a rastejar, para tentar chegar ao autocarro!).
Lá fora, as filas eram esmagadoras. Cada qual guardava religiosamente o seu lugar, empurrando discretamente o da frente, para não deixar espaço para ninguém se meter. Tipo A5 ao fim da tarde, estão a ver?
Pois eu não sei o resto, fugi para dentro de um táxi, a perguntar ao homem até onde me levava com 3 euros. A resposta chegou-me na forma de um dialecto que desconheço, mas o sr. taxista até era português!...

A brincar, a brincar...