Friday, October 27, 2006

Oh happy roads!

Todos os condutores têm as suas manias. Há aqueles que conduzem colados ao vidro da frente, os que gostam de conduzir com os joelhos, os que não podem deixar de tirar um ou outro macaquinho quando se sentam ao volante...
Depois há os condutores traumatizados, aqueles que já sofreram algum tipo de peripécia na estrada e que vivem com o fantasma desse dia colado ao pára-choques.
Conheço uma certa pessoa, cuja identidade fica guardada a 7 chaves na minha memória, que padece de um grave trauma. Certo dia, ia a conduzir a carrinha do papá, quando começa a ver fumo e chamas a irromperem pelo capô. Imaginem o pânico da pobre! Não me lembro como resolveu o problema, mas a verdade é que, desde esse dia, ela nunca mais foi a mesma. Sempre que andamos de carro, e lhe cheira a queimado, transforma-se. Os olhos esbugalhados, a respiração ofegante, cola-se ao vidro para ver se há fogo. "Não te cheira a fumo?!", pergunta-me desesperada. Esse trauma já lhe valeu uma piada, digna de ser, um dia, transformada em filme: vai ela no carro e cheira-lhe a fumo. Heis que estica a cabeça para fora da janela para verificar se há algum problema quando uma beata acesa, atirada pelo carro da frente, aterra mesmo na sua cabeça. Ela não se apercebe, e com o cabelo em chamas, continua: "Não te cheira a fumo?! Cheira-me a fumo!!!".
Eu também não estou isenta de traumas, assumo-o. É verdade, eu confesso! O meu trauma são as sirenes. Quando as ouço fico logo em pânico. Sei que vêm atrás de mim e querem passar. Acelero para não ter de me atirar para cima do passeio. Mas se, por acaso, não sou suficientemente rápida, guino o volante para o lado e levo tudo comigo: seja passeio, gente ou jardim, é tudo varrido!

Mas também conheço condutores muito relaxados. Como uma amiga minha que, de cada vez que o carro sofre uma amolgadela, encolhe os ombros e continua. É que ela nem pára para ver a dimensão dos danos! "Olha, fui contra uma árvore... E então, onde é que vamos comer?".....

Conduzir é, vocês sabem, um exercício de auto-controle. Não gritar, não espernear, não fazer gestos feios aos nossos parceiros de estrada. Buzinar alegremente em retorno quando me buzinam a mim (até faço umas melodias engraçadas), e atirar um "xau" (não o detergente, claro, que a vida está difícil!) quando vejo alguém que aparenta fazer um teatro de sombras ao volante.
E se por acaso o pneu rebentar, troca-se. E se ficarmos sem gasolina, aproveitamos para esticar as pernas enquanto nos dirigimos até à bomba mais próxima. Don't worry, be happy!


A brincar, a brincar...

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