Monday, October 30, 2006

Love- sick

Há sempre alguém que, no meio de uma discussão sobre os intermináveis e abomináveis defeitos masculinos, e como eles acabam sempre por arruinar os nossos sonhos e esperanças, se lembra de um casal perfeito.
Entre nós, falava-se de um casal incrível, com uma relação de 3 anos e meio quase sem discussões, onde o respeito convivia com a paixão, e em que os dois eram muito liberais e sabiam escutar-se.
Eu, que nunca os tinha visto juntos, costumava imaginá-los com corações nos olhos, a saltarem de mãos dadas pelos prados verdes!
O nosso exemplo, a nossa esperança de relações perfeitas, morava ali, naquele casal que nós mal conhecíamos, mas que nos aconchegava a alma nos momentos mais difíceis.
Mas e quando os exemplos caem do arranha-céus e se esborracham como moscas no vidro do carro? Afinal o nosso casal perfeito, o nosso pote de ouro no fim do arco-íris, era só latão pintado de dourado! Afinal ela tinha outro, e ele sem nada saber, sorriiiiia. Moral da história: não há exemplos perfeitos.

Poderá então o amor ser chamado de doença? Li algures que o amor pode ser explicado pela química, com uma daquelas funções com letras e números, tal e qual como se pode equacionar uma doença. Assim sendo, não deveria algum cientista de cabelo chamuscado e bata pegajosa começar a pensar numa cura? (os apaixonados gritam BUHHH e os desiludidos YEAH SISTER!! ) Mas a verdade é que ninguém quer mesmo curar-se. Uma vez livres desta doença vil, o que nos vai aquecer o coraçãozinho? O que nos vai fazer rir tão alto? Ou ainda: com quem vamos nós dividir a vergonha de saltar pelos prados?
Partam os tubos de ensaio, peguem fogo aos laboratórios, façam refém qualquer cientista que leve o meu apelo a sério!
E se no fim não correr bem, quando chegar a hora de pegar fogo à merda dos prados, quando forem à cave resgatar o pobre do cientista para o convencer a voltar a trabalhar numa cura para o amor, pensem nisto: na vida o que fica são os momentos, não os finais.
E temos sempre o cartão de crédito do pai, desesperado para nos ver sorrir de novo, para afogarmos as mágoas nuns trapinhos. YEAH SISTER!!

A brincar, a brincar...

3 comments:

Enolough said...

Talvez tenhas de abordar a perfeição de outra prespectiva... Para Descartes perfeito só havia Deus mas nós podemos ser mais práticos e pensar que perfeito é algo que não tenha falhas para a sua função. Assim, as minhas velhas calças já russas e rotas podem não ser perfeitas universalmente mas são as minhas preferidas, perfeitas para mim hoje aqui.
Do mesmo modo, amiga Lolly, o outro numa relação a dois pode ser perfeito sim, se tiver todas as características que queríamos e lhe faltar as que não queríamos. Será então a pessoa perfeita, não universalmente (e daí as estórias que se contam podem mostrar modelos perfeitos e afinal nem serem perfeitas para ti ou para mim) mas para quem o sente como perfeito.
É na subjectividade da perfeição que reside a sua beleza e é o facto de a perfeição ser assim que permite não sermos todos iguais nem todos namorados e namoradas uns dos outros. :)

Mantenha a esperança, cara amiga! Não pelo casal mítico que não conhece mas de que ouve falar. Por si mesma, ora essa!

Que doença? O amor é uma bactéria boa como a levedura do pão! Cresce e eventualmente pode morrer mas deixa sempre algo melhor do que estava (no caso do pão, deixa uma merendeira em vez de um monte disforme de massa), se não for pelas memórias boas é pelas más que os ensinam como não fazer no futuro.

Não, não há exemplos perfeitos. Mas há uma pessoa perfeita para cada um de nós (quer já a tenhamos conhecido quer não passe de uma utupia ainda) e há uma relação perfeita em potência quando as pessoas certas se encontram...

Lolly said...

Sou a favor dos defeitos, talvez porque eu mesma sou um pequenino poço deles... mas acho que alguém sem defeitos deve ser terrivelmente aborrecido! ;) E a perfeição, tão diferente na cabeça de cada um de nós, vai também mudando de acordo com as nossas perspectivas de vida. Por isso o que ontem era perfeito, amanhã pode não o ser. Por isso não procuro o perfeito, porque o perfeito é feito de acasos. Procuro a felicidade, e, nesse campo, acho que até me tenho saído bem ;)
E se o amor é uma doença, que seja! Mais vale doente e bem acompanhado, que saudável e sozinho! :)

Anonymous said...

"o amor não tem que ser eterno, basta que seja infinito enquanto dure"... e assim é lindo para sempre!e depois, nos tempos mortos do para sempre, porque para sempre é muuuuito tempo, é como tu dizes "YEAH SISTER!!!"