Sunday, May 13, 2007

Sonho

Tinha sede. Andava e nunca chegava. E cada passo mais perto era um passo mais longe de onde partira. E chegar onde se não tinha destino? A meta entrelaçada de sonhos que voa ao sabor do vento. Já não a vejo, cobriu-se do pó do tempo. Perdeu-se no meio da areia que me prende os pés. Queria chegar. Lá. Onde dizem que os sonhos se tornam reais. Onde podes ter asas e beber das flores. Abelha, borboleta, efémera. Efémeros os passos, os pés. Efémeras as pegadas que desparecem atrás de mim. Viro-me e nunca fui. Nunca lá estive.
Acordei. Era sonho. Não voltou. Ficou guardado nos fios da almofada, grãos de areia nos lençois, tu que não voltas mais.

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