Madrid foi há 11 anos.
(Respira fundo)
É quando começamos a contar as coisas em décadas que percebemos que estamos a envelhecer. Quando achamos que tudo se passou, no máximo dos máximos, há meia dúzia de anos e, de repente, quando olhamos para a fotografia, vemos a data a corrigir-nos as coordenadas com a força de um soco no estômago.
Já passaram mesmo 11 anos?
É também nesta altura que percebemos o significado daquelas “amizades de sempre”. Das amigas que vimos crescer, com quem partilhámos os pormenores t-o-d-i-n-h-o-s do primeiro beijo, com quem falámos horas ao telefone analisando o olhar que o rapaz de quem gostávamos nos lançou no intervalo. Foi com elas que nos descobrimos enquanto pessoas, que experimentámos todas as nossas potenciais personalidades, desde estrelas de música pop, a bruxas ou aspirantes a comandar a máfia…
Fumámos cigarros às escondidas na varanda. Rimos com estátuas despidas. Fingimos não entender espanhol. Percorremos as calles ao ritmo da nossa inocência e com toda a felicidade que pode caber num sorriso de 14 anos. Cantámos Spice Girls até à exaustão.
Foi há 11 anos? Mesmo?
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