Monday, August 22, 2011

Temos uma casa

Despedi-me dos meus pais como se estivesse a partir para a guerra. Sou uma menina dos papás, é verdade. Abracinhos, lágrimas, ai meu deus, ai meu deus... Agora, está feito. Não há volta a dar. Tenho o meu nome numa mão cheia de contratos que existem em duplicado. A mobília já está toda montada, a casa já cheira a casa e até já lá cozinhei arroz. Para tornar a coisa ainda mais oficial, o Douradinho e o Pintinhas já nadam alegremente no aquário, sinal de que esta é, definitivamente, uma casa habitada, com moradoras responsáveis que não deixam morrer os animais à fome (a ver vamos).
Faltam candeeiros, tapetes, cortinados. Faltam recordações àqueles cantos meios despidos. Vamos habitando e espetando pequenas bandeiras, aos poucos. Ali foi onde a cria espetou o pau de Mikado na mão. Olha, ali foi onde comemos o fondue com pedaços de sangue (não queiram saber). E ali foi onde o chuveiro entrou em colapso e desatou a atirar água num ângulo de 360º. É bonito. Temos uma casa.

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