Tenho a eternidade escrita na palma da mão. Disse-me a velha que passava na praia, pés descalços na areia, toda vestida de negro. Do meu futuro não quero senão o amanhã sempre incerto. Não quero as previsões amarrotadas a um canto do pensamento nem os desígnios que me conduzem cega pelos caminhos. Quero a eternidade presa ao seu globo de neve. Agitá-la, desmembrá-la, dar-lhe o tempo que precisa até que assente. Ela só funciona enquanto está presa. Uma vez quebrado o globo, a neve deixa de voar.
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