Há noites assim. Em que o cérebro se recusa a abrandar e o corpo não quer paz. Noites em que temos de pensar. Em que se não ficarmos acordados nada vai ficar bem. Temos que solucionar o problema da probreza no mundo, temos que saber as fórmulas da relação perfeita, temos que nos lembrar do que dissemos num dia qualquer, há anos atrás.
Há as noites em que o passado bate à porta e se demora por aí. Hesitamos mas não dormimos. Formigueiro nos neurónios, uma comichão na alma. O futuro balança no topo de uma corda como uma artista de circo que se tenta equilibrar (e "ai se ele cai... vai-se partir" :P o sono não vem mas a noite vai longa e o cérebro vai acumulando funções que o tornam menos coerente).
Se escrever coisas sem nexo, o mundo perdoa-me. Sou só uma miúda com insónias. As pessoas com insónias não têm nexo. As pessoas sem nexo com insónias são disléxicas (hummmmmm....).
E esta miúda com insónias quer comprar um barco. Decidi este Verão que quero um barco. Não quero um iate nem nada disso. Quero só um barquinho com motor para poder perder-me por aí. Na verdade, o que eu quero mesmo é chegar às praias desertas. Pronto, confessei. E depois monto uma cabana deserta numa praia deserta e levo para lá uns desertores de vez em quando, daqueles que gostam mesmo de desertar e de estar em sítios desertos.
Viajamos no meu barco mais repleto e não tão deserto porque com as minhas economias não haverá muito espaço para passageiros. Dois, no máximo três, segundo as minhas contas, serão uma multidão. Mas somos desertores e por isso tudo bem. Só queremos um espaço deserto nem que para isso tenhamos de ir amontoados.
A minha vida na praia deserta seria feita à base de estórias à volta da fogueira. O que é complicado quando nunca se acendeu uma fogueira (pelo menos, não uma a sério, daquelas que os "escutas" fazem, todas giras. Será que eles as conseguem acender com duas pedras? Nota: conhecer algum escuteiro/escuteira e perguntar-lhe como é que se faz o truque.)
Depois das estórias íamos assar o peixe. O que também pode revelar-se um problema quando não se é propriamente um ser paciente, sendo que a pesca requer, acreditem que eu sei, MUITA paciência. E é preciso alguém arrancar as tripas do peixe, a não ser que um dos desertores tenha experiência no ramo da peixaria o que me facilitaria imenso a coisa. (nota 2: convencer um potencial desertor a passar uns tempos numa peixaria).
O melhor da coisa é que comíamos em folhas, que serviam de pratos, e assim nunca havia louça para lavar!
Bem, apresentando o pacote de férias, aceitam-se inscrições para desertores. Enviem o vosso C.V. completo, tendo em conta que se valoriza experiência na área da pirotecnia e o do peixe.
PS - acabo de me lembrar que este ano os escuteiros foram proibidos de acender fogueiras. O que é um acampamento sem fogueira pahhh? Agora a malta vai acampar e leva a lamparina de óleo? É uma vergonha, eu tou com os escutas.
PPS - compreendo que isso das fogueiras seja uma medida aparentemente boa para combater os fogos florestais. Mas os escuteiros são daqueles que até saltam em cima das brasas descalços, se for preciso, para garantir que não vai arder nada.
PPPS- dito isto, quero que saibam que nunca vi nenhum escuteiro saltar em cima de brasas e portanto não tentem fazer isso em casa. Deve ser preciso muito calo e toda a gente sabe que isso tá fora de moda. É isso e joanetes.
PPPPS - joanetes. Que horror de nome. Até parece que têm alguma coisa a ver com as "joanas". Eu conheço uma Joana. Mora cá em casa. No quarto ao lado do meu. É uma fixe e, garanto, não tem joanetes.
PPPPPS- e a Joana nem tem joaninhas. Eu se me chamasse Joana tinha uma colónia de joaninhas em casa. Chamando-me Laura vou-me dedicar ao cultivo de loureiros. Ou talvez não.
PPPPPPS- é incrível mas ainda não tenho sono. Os loureiros são óptimos para a comida mas ATENÇÃO: pelo que me chegou aos ouvidos o seu caule é cancerígeno e por isso não se pode abusar. Pelo sim, pelo não, e porque não gosto de mentir, vou confirmar no Google.
PPPPPPPS- não encontrei qualquer referência ao loureiro como sendo cancerígeno. Ou é falso ou o Google patrocina alguma marca de loureiros... No entanto encontrei muito boa gente com o apelido "Loureiro". Não conheço nenhum(a) Loureiro. Chato. Quem me passou a informação sobre o loureiro foi uma boa amiga, cujo segredo recebeu da mãe que provavelmente o terá aprendido com a avó. Se calhar é uma coisa "underground". Caso se venha a confirmar, depois não se esqueçam de me remeter as vossas contribuições. Afinal, quem avisa meu amigo é. Ou teu amigo é? É amigo do mundo e pronto!
PPPPPPPPS- bolas já levo 8 Ps. Já chega. A estas horas quem tiver chegado até aqui já conhece o segredo do loureiro e viu o seu esforço recompensado. Qualquer erro ou dificuldade de expressão deverá ser perdoada pelos olhos que se entortam perante o ecrã e as mãos mais hesitantes. E já não tenho unhas grandes. É diferente teclar assim. Parti 3 a jogar volei, e mandei as outras à vida. Uma pessoa não pode deixar de viver a vida por causa de umas unhas não acham? Assim, as minhas mãos ainda parecem mais pequenas. Mas MESMO pequenas. Tipo, mãos de anão da Branca de Neve. Ai, eu sou o Feliz. Ou Contente. Sou aquele que se ri de tudo.
Há as noites em que o passado bate à porta e se demora por aí. Hesitamos mas não dormimos. Formigueiro nos neurónios, uma comichão na alma. O futuro balança no topo de uma corda como uma artista de circo que se tenta equilibrar (e "ai se ele cai... vai-se partir" :P o sono não vem mas a noite vai longa e o cérebro vai acumulando funções que o tornam menos coerente).
Se escrever coisas sem nexo, o mundo perdoa-me. Sou só uma miúda com insónias. As pessoas com insónias não têm nexo. As pessoas sem nexo com insónias são disléxicas (hummmmmm....).
E esta miúda com insónias quer comprar um barco. Decidi este Verão que quero um barco. Não quero um iate nem nada disso. Quero só um barquinho com motor para poder perder-me por aí. Na verdade, o que eu quero mesmo é chegar às praias desertas. Pronto, confessei. E depois monto uma cabana deserta numa praia deserta e levo para lá uns desertores de vez em quando, daqueles que gostam mesmo de desertar e de estar em sítios desertos.

A minha vida na praia deserta seria feita à base de estórias à volta da fogueira. O que é complicado quando nunca se acendeu uma fogueira (pelo menos, não uma a sério, daquelas que os "escutas" fazem, todas giras. Será que eles as conseguem acender com duas pedras? Nota: conhecer algum escuteiro/escuteira e perguntar-lhe como é que se faz o truque.)
Depois das estórias íamos assar o peixe. O que também pode revelar-se um problema quando não se é propriamente um ser paciente, sendo que a pesca requer, acreditem que eu sei, MUITA paciência. E é preciso alguém arrancar as tripas do peixe, a não ser que um dos desertores tenha experiência no ramo da peixaria o que me facilitaria imenso a coisa. (nota 2: convencer um potencial desertor a passar uns tempos numa peixaria).
O melhor da coisa é que comíamos em folhas, que serviam de pratos, e assim nunca havia louça para lavar!
Bem, apresentando o pacote de férias, aceitam-se inscrições para desertores. Enviem o vosso C.V. completo, tendo em conta que se valoriza experiência na área da pirotecnia e o do peixe.
PS - acabo de me lembrar que este ano os escuteiros foram proibidos de acender fogueiras. O que é um acampamento sem fogueira pahhh? Agora a malta vai acampar e leva a lamparina de óleo? É uma vergonha, eu tou com os escutas.
PPS - compreendo que isso das fogueiras seja uma medida aparentemente boa para combater os fogos florestais. Mas os escuteiros são daqueles que até saltam em cima das brasas descalços, se for preciso, para garantir que não vai arder nada.
PPPS- dito isto, quero que saibam que nunca vi nenhum escuteiro saltar em cima de brasas e portanto não tentem fazer isso em casa. Deve ser preciso muito calo e toda a gente sabe que isso tá fora de moda. É isso e joanetes.
PPPPS - joanetes. Que horror de nome. Até parece que têm alguma coisa a ver com as "joanas". Eu conheço uma Joana. Mora cá em casa. No quarto ao lado do meu. É uma fixe e, garanto, não tem joanetes.

PPPPPPS- é incrível mas ainda não tenho sono. Os loureiros são óptimos para a comida mas ATENÇÃO: pelo que me chegou aos ouvidos o seu caule é cancerígeno e por isso não se pode abusar. Pelo sim, pelo não, e porque não gosto de mentir, vou confirmar no Google.
PPPPPPPS- não encontrei qualquer referência ao loureiro como sendo cancerígeno. Ou é falso ou o Google patrocina alguma marca de loureiros... No entanto encontrei muito boa gente com o apelido "Loureiro". Não conheço nenhum(a) Loureiro. Chato. Quem me passou a informação sobre o loureiro foi uma boa amiga, cujo segredo recebeu da mãe que provavelmente o terá aprendido com a avó. Se calhar é uma coisa "underground". Caso se venha a confirmar, depois não se esqueçam de me remeter as vossas contribuições. Afinal, quem avisa meu amigo é. Ou teu amigo é? É amigo do mundo e pronto!
PPPPPPPPS- bolas já levo 8 Ps. Já chega. A estas horas quem tiver chegado até aqui já conhece o segredo do loureiro e viu o seu esforço recompensado. Qualquer erro ou dificuldade de expressão deverá ser perdoada pelos olhos que se entortam perante o ecrã e as mãos mais hesitantes. E já não tenho unhas grandes. É diferente teclar assim. Parti 3 a jogar volei, e mandei as outras à vida. Uma pessoa não pode deixar de viver a vida por causa de umas unhas não acham? Assim, as minhas mãos ainda parecem mais pequenas. Mas MESMO pequenas. Tipo, mãos de anão da Branca de Neve. Ai, eu sou o Feliz. Ou Contente. Sou aquele que se ri de tudo.

Aposto que pensavam que vinha aí outro PS. AAHAHAH. Não: sou só eu. Porque o PS não sou eu... Eu nem sou dada a política.
E neste momento perguntam-se as únicas duas pessoas que chegaram a este ponto: "mas a miúda engoliu pilhas duracel?" e eu fico com um ar suspeito tipo: mas vocês andam a fazer algum tipo de publicidade à duracel? Eu só compro pilhas no chinês. Ou no senhor asiático. Porque aprendi hoje no cinema, num anúncio que passa antes do filme, que não se pode dizer "chinoca" nem "preto" nem "branco" nem "monhé" nem "brasuca" nem "de leste"................. Como se o racismo fosse isso.... Olhem, eu sou um bocadinho para a cor do leite com café, por causa do bronze. Sou B..PIIIIIIII (palavra proibida) mas não posso dizer porque senão sou racista. E tenho amigos mais coloridos e escurinhos, eles são P...PIIIIIIIII (palavra proibida), quer dizer são "de cor" porque mais ninguém tem cor, o resto é tudo gente transparente.... E quando eu for jantar ao restaurante da senhora asiática se estiver lá algum senhor daqueles países que se juntaram à União Europeia mais tarde tenho de lhe perguntar donde é que ele veio porque aparentemente eles não são "De L....PIIIIIII" (palavra proibida), isso é só para nos confundir as direcções.
Ah e o senhor que nos vendeu as flores no jantar de terça feira era indiano. Essa foi fácil.
Em vez de se preocuparem com as palavras preocupem-se mais com as condições de vida e com a integração das pessoas. Promovam uma maior circulação de informação sobre as diferentes culturas para que todos percebam que as diferenças não são assim tão grandes. Legalizem os imigrantes em vez de os chularem. Expliquem-lhes os direitos deles para que se possam defender. Mostrem ao mundo que as diferenças enriquecem e que a partilha de experiências nos torna maiores.
Isso sim, é importante. Por mim, chamem-me Bran...PIIIIIIII à vontade!
Para finalizar deixo aqui um poema muito bonito sobre Emigrantes e Imigrantes e sobre Imersão e Emersão. É que a estas horas convém ter uma ajudinha:
Emigra o bom português
Que vai viver em Paris;
Porém imigra o francês
Que vem prò nosso País.
Ninguém terá mais engulhos
Com esta regra ratona:
Imerge quem dá mergulhos
Emerge quem vem à tona.
Nunca mais ninguém duvida
Ante esta regra engraçada:
Com um E… temos saída,
Com um I… temos entrada.
I. Aguilar
(A da regra ratona tem piada! Têm de admitir...)
1 comment:
Muuuuuuuuuito bom! Só tu p ir de barco com pirotecnia e peixe, passando por loureiros e joaninhas, sorrindo aos anões da branca de neve e rematando com uma luta verbal pelos direitos dos imigrantes(O Gigi ficaria tão orgulhoso de ti! Vê-se que sentiste a verdadeira beleza da matéria dos direitos humanos!)..
Pois eu aqui, tds os dias, a partir das 5.30 da manhã n csg dormir mais.. m n é bem insónias, é a vida de trabalhador!
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