Thursday, February 08, 2007

Movimento Pela Criatividade Infanto-Juvenil Prolongada

Não sei porquê, mas dizer "não fui eu" na minha infância sempre teve melhor resultado que dizer "fui eu"... Provavelmente porque esses adultos não compreendiam a minha liberdade criativa: pintar uma parede de vermelho para assustar a minha irmã e a minha prima enquanto gritava "HÁ SANGUE!", acender fogo dentro da garagem para treinar avançadas técnicas de salvamento caso um dia houvesse um incêndio de verdade, colar frases com fita-cola à parede de meu quarto para quando precisasse de um pensamento iluminado (neste caso, o verdadeiro problema foi arracá-las e deixar a parede cheia de falhas na pintura), meter detergente na comida das psico-galinhas porque elas insistiam em perseguir-me... (esta última foi um bocado demais, até eu admito)

É por isso que hoje, dizer "fui eu" é sempre assustador. Sou uma jovem traumatizada por esse passado de opressão:
No restaurante: "Quem pediu o bolo de bolacha?"
"Hummm.... talvez tenha sido eu...."
Em casa: "Quem é que comprou este casaco?"
"Eu fui com a Cristina ao shopping e isso vinha no meu saco..."
Na faculdade: "Quem é que teve 20?"
"NÃO FUI EUUUUU!" - o meu momento de glória, bato palmas, sorrio, sinto-me livre da maldição do "Fui-eu". E mesmo dentro do colete de forças ainda consigo ter forças para esticar o polegar e gritar NÃO FUI EUUUUU CAMARADAS!

(Pais: permitam que esta imagem, deveras preocupante, vos alerte para os perigos de oprimir a criatividade das vossas crianças!!)

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