Hoje fez calor. Calor de verdade, com gente de mangas curtas e uma possível carrinha de gelados caso vivessemos num país decente. Mas não, o português não tem carrinha de gelados, tem, no máximo, o café com gelados, que mesmo em Março são escassos. (Convoco todos os interessados para uma manifestação a favor da implementação da carrinha de gelados em Portugal, como direito absoluto do cidadão português).
Enfim, estava calor e, depois de meses a levar com os casacos, os guarda-chuvas (um ódio de estimação, como sabem os que costumam ler este humilde blog), os cachecóis, as luvas, os gorros, os pompons para tapar as orelhas e toda uma panóplia de objectos contra o frio, era impossível não aproveitar!
Corri para o terraço onde depressa o sol quentinho se transformou em sol fervente e comecei a ver tudo negro à minha volta, e por isso tive de rastejar até uma sombra de modo a não cair sobre o portátil, sofrendo de insolação e talvez até de choque eléctrico! (mas mantive as pernas ao sol, claro!)
Só que amante do calor que se preze não se limita ao seu pedacinho de pedra sob o sol: era preciso a areia no meio dos dedos dos pés, a emoção de evitar as canas afiadas, espetadas na areia, o cheiro a mar entranhado no cabelo. É claro que, quando se mora a 5 minutos da praia e se demora quase meia hora a chegar, devido ao tráfego, já não se está tão optimista e só se quer um espaço para enfiar o carro e atirar os chinelos ao ar para se poder dizer que se pisou areia. Com sorte, arranjámos um lugar perfeito, mesmo ao pé da praia, e lá fomos nós, com um sorriso de orelha a orelha, de chinelinho e top para a praia. Mas ousados mesmo eram aqueles que secavam ao vento nas suas toalhas, depois de um belo banho de mar... Não, eles não secavam ao sol, era ao vento mesmo. Mas estava calor, e eles aproveitaram! Tal e qual o bom turista inglês, que anda sempre com camisa de flores mesmo quando eu tapo o nariz enregelado com o cachecol. É pessoal rijo! Não é um ventinho que lhes vai estragar o dia!
Voltei feliz para casa, com os pés, entretanto gelados, cheios de areia, e espalhei-a o mais que pude pela casa. Aspirar já não foi tão divertido, mas, por segundos, consegui imaginar que já era Verão... aiai...
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